“Estratégias integradas de combate ao Aedes aegypti promovem queda nos casos, mas autoridades alertam para vigilância contínua.”
Por Eraldo de Freitas
Da Redação
Cuiabá, que enfrentou um dos piores surtos de chikungunya da última década, começa a registrar queda nos casos da doença, conforme apontam os últimos dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A diminuição nas notificações das últimas cinco Semanas Epidemiológicas reflete os resultados das ações emergenciais adotadas após o avanço descontrolado do mosquito Aedes aegypti nos primeiros meses de 2025.
Enquanto em 2024 a média semanal de notificações de chikungunya era de apenas 4,0 casos, o início de 2025 foi marcado por um salto para 673,1 casos por semana — aumento de mais de 16 mil por cento. A partir de março, no entanto, os números começaram a cair, sinalizando que o reforço nas estratégias de contenção tem surtido efeito. Já em relação à dengue, embora a média semanal de notificações tenha subido de 78,6 para 124,0 (alta de 57,8%), também se observa, desde fevereiro, uma tendência de queda nas últimas sete semanas epidemiológicas.
A secretária municipal de Saúde, Lucia Helena Barboza, atribui a redução à atuação coordenada entre agentes públicos e a própria população. “Temos promovido mutirões nos bairros mais críticos, intensificamos as vistorias e estamos levando informação à população de forma contínua. A resposta está vindo, mas não podemos baixar a guarda”, destacou. Ela reforçou ainda que o combate ao mosquito depende de uma vigilância diária nos lares.
Até o momento, 23 óbitos por chikungunya foram confirmados em Cuiabá em 2025, com 11 em investigação. Três mortes por dengue ainda estão sendo analisadas. Os bairros mais impactados incluem regiões densamente povoadas e com histórico de vulnerabilidade sanitária, como CPA, Jardim Vitória, Goiabeiras e Parque Cuiabá, onde os mutirões seguem de forma intensiva.
Mesmo diante da queda nas notificações, o alerta permanece. A SMS reforça que as arboviroses continuam sendo um problema de saúde pública. A responsabilidade, segundo a pasta, deve ser compartilhada. Medidas simples como esvaziar recipientes com água parada, vedar caixas d’água e manter calhas limpas podem evitar novas infecções.
ESTATÍSTICA – Segundo levantamento do Ministério da Saúde, o Brasil já registrou mais de 673 mil casos prováveis de chikungunya em 2025. Mato Grosso figura entre os estados com maior taxa de incidência da doença. Esses dados evidenciam que, apesar dos avanços locais, a luta contra o Aedes aegypti está longe de terminar e exige continuidade, mobilização social e investimento público permanente.