** Da CPB
Lição 7 | Período: 09 a 15 de Agosto
Sábado à tarde
Verso para memorizar: “Então o Senhor disse a Moisés: – Até quando vocês se recusarão a guardar os Meus mandamentos e as Minhas leis? Vejam! O Senhor deu a vocês o sábado; por isso, Ele, no sexto dia, lhes dá alimento para dois dias; cada um fique onde está, ninguém saia do seu lugar no sétimo dia. Assim, o povo descansou no sétimo dia” (Êx 16:28-30).
Leituras da semana: Êx 15:22-27; 16; Gn 3:1-6; Êx 17:1-7; 1Co 10:4; Êx 18; 1Co 10:11
Depois de deixar o Egito, Israel estava em uma jornada desconhecida para a terra prometida. O povo enfrentou uma jornada longa e difícil, e precisava aprender uma infinidade de novas lições. O Senhor o guiaria e cuidaria dele. Desejava ajudá-lo a crescer, mas ele deveria aprender disciplina, autocontrole, sacrifício, altruísmo, confiança no Senhor e, especialmente, obediência.
Moisés era um líder presente, e o povo tinha que seguir sua liderança se quisesse triunfar. Era crucial que todos permanecessem juntos, cooperassem como uma comunidade e ajudassem uns aos outros. Havia muitos obstáculos e desafios pela frente. Grande parte de seu crescimento espiritual dependeria de como eles enfrentariam esses desafios e como responderiam a Moisés, especialmente quando os desafios aumentassem.
Segundo um ditado chinês, “uma jornada de mil milhas começa com um único passo”. Isso era verdade para os israelitas, e eles precisavam confiar nas instruções do Senhor a cada passo. Infelizmente, como veremos, eles não aprenderam essas lições tão facilmente.
Mas quem aprende?
Domingo, 10 de agosto
Águas amargas
Nas narrativas bíblicas, diferentes papéis são desempenhados por diferentes personagens, bons ou maus, e precisamos prestar bastante atenção aos enredos, lugares, ritmo e vilões. No entanto, o elemento mais importante em um enredo geralmente é a solução da crise e as lições aprendidas. Não é diferente nesses relatos.
Os episódios mostram que Deus traz solução e paz; no entanto, Sua obra é afetada pela incredulidade das pessoas. Devido à constante murmuração e desobediência, os hebreus experimentaram graves adversidades e até mesmo tragédias. Eles trouxeram sobre si muitas dificuldades por causa de sua incredulidade e indisposição para se arrepender.
- Leia Êxodo 15:22-27. Depois de cruzar o Mar Vermelho, em que contexto o primeiro milagre foi realizado?
O primeiro teste de fé para Israel está associado à necessidade de água, o que não é surpreendente por causa do ambiente desértico, quente e seco. Após três dias de viagem, o povo finalmente encontrou água, mas ela era intragável. Mara significa “amargo”, e, como a água era amarga, a fé que Israel tinha no cuidado do Senhor logo se enfraqueceu. No entanto, Deus reagiu demonstrando compaixão, e o primeiro milagre foi realizado com um pedaço de madeira. Obviamente, não foi a madeira, mas o Senhor que tornou a água doce e potável. O povo teve que aprender duas lições importantes: (1) é necessário paciência em esperar o tempo do Senhor e (2) Deus age em cooperação com os seres humanos.
No entanto, os israelitas não deram o devido valor a muitas coisas e logo se esqueceram dos milagres que Deus havia feito por eles, pelos quais tinham acabado de cantar louvores, dizendo: “Ó Senhor, quem é como Tu entre os deuses? Quem é como Tu, glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas?” (Êx 15:11).
Ainda assim, mesmo depois de tantas queixas, Deus prometeu que não traria sobre os israelitas “nenhuma enfermidade” que havia afligido os egípcios (Êx 15:26). Ele os protegeria. Mas eles poderiam experimentar essa promessa somente com a condição de que permanecessem fiéis ao Senhor.
Segunda-feira, 11 de agosto
Codornizes e maná
Infelizmente, vemos um padrão de rebelião nessas histórias de peregrinação. O povo rapidamente esquecia a ajuda poderosa de Deus no passado e como Ele havia solucionado seus problemas. Os israelitas permitiram que seus problemas ofuscassem o objetivo final e o futuro maravilhoso prometido. É um problema comum até mesmo entre o povo de Deus hoje.
- Qual foi a causa da murmuração dos israelitas e o que aconteceu depois? Êx 16
Várias tentações registradas na Bíblia estão relacionadas com o alimento. No Éden, a queda está relacionada ao ato de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2:16, 17; 3:1-6). Nas tentações de Jesus no deserto, o primeiro ataque de Satanás contra Ele foi por meio do alimento (Mt 4:3). Esaú perdeu seus direitos de primogenitura por causa de seu apetite incontrolável (Gn 25:29-34). Quantas vezes a desobediência de Israel esteve conectada ao alimento e à bebida! Não é de admirar que Moisés tenha lembrado às gerações posteriores: “O ser humano não viverá só de pão, mas de tudo o que procede da boca do Senhor” (Dt 8:3).
O maná foi um pão celestial que Deus deu aos israelitas nos seus 40 anos de peregrinação. Por meio dessa dádiva, Ele ensinou que é o Criador e o Provedor de tudo. Além disso, Ele usou Sua provisão sobrenatural para mostrar como observar o sábado.
A cada semana, quatro milagres aconteciam: (1) durante cinco dias, Deus dava uma porção diária de maná; (2) na sexta-feira, era dada uma porção dobrada do alimento; (3) o maná não estragava de sexta-feira para sábado; e (4) nenhum maná caía no sábado. Deus estava constantemente realizando esses milagres para que o povo se lembrasse do dia de sábado e celebrasse a bondade divina naquele dia. Deus disse: “Vejam! O Senhor deu a vocês o sábado” (Êx 16:29).
Terça-feira, 12 de agosto
Água da rocha
No deserto, precisamos de muita água. Deus cuidou desse problema, mesmo que as pessoas se queixassem, não confiassem Nele e ate testassem Sua capacidade e disposição de dar-lhes água. Em sua incredulidade, elas olharam de volta para o Egito.
- Leia Êxodo 17:1-7. Que lição o povo deveria ter aprendido com esse incidente?
Moisés chamou o lugar de Massá, que significa “provocação”, e Meribá, que significa “reclamação”. O Senhor deu água aos israelitas apesar de sua incredulidade. Esses dois nomes deveriam servir de lembrete para que o povo de Israel não provocasse a Deus nem reclamasse Dele (Hb 3:7, 8, 15). Os israelitas questionaram seriamente a presença de Deus entre eles, embora já tivessem visto muitas evidências concretas não apenas de Sua presença, mas também de Seu poder e autoridade.
“Moisés feriu a rocha, mas era o Filho de Deus que, velado na coluna de nuvem, estava ao lado de Moisés e fazia correr a água doadora de vida. Não somente Moisés e os anciãos, mas também toda a congregação que permanecia a distância, viram a glória do Senhor; contudo, se fosse removida a nuvem, teriam sido mortos pelo terrível esplendor Daquele que nela habitava” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 250).
A água é símbolo de vida porque, sem água, não há vida. Cada célula do corpo precisa de água. A água representa entre 50 e 75% do nosso corpo, dependendo da idade da pessoa. Até os ossos são compostos parcialmente de água. Prover água no deserto era sinal de que Deus cuidava dos israelitas e de que poderiam confiar Nele. Mas, para isso, eles tinham que obedecer.
Muitos séculos depois, Paulo lembrou aos crentes coríntios que a experiência dos israelitas no deserto foi única. O próprio Cristo não apenas os guiou, mas lhes ofereceu água (Sl 78:15, 16) e atendeu a outras necessidades espirituais e físicas. Paulo disse: “Beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo” (1Co 10:4). Para eles, Cristo era a Fonte da vida e o Doador da vida eterna. Assim como uma rocha é sólida, Deus guiou Seu povo com fidelidade. Podemos contar com o Senhor porque Ele jamais deixa de cumprir Suas promessas.
Quarta-feira, 13 de agosto
Jetro
Moisés foi visitado por Jetro, seu sogro, que também é chamado de Reuel (Êx 2:18). Jetro trouxe consigo a esposa de Moisés, Zípora, e seus dois filhos, Gérson e Eliézer. Quando Moisés ouviu que eles estavam chegando, saiu para recebê-los.
- Leia Êxodo 18. Quais importantes etapas da história da nação aconteceram nesse momento?
Jetro veio porque ouvira sobre a libertação surpreendente que Deus havia realizado por Israel. Moisés narrou ao seu sogro em detalhes “tudo o que o Senhor havia feito a Faraó e aos egípcios por amor de Israel, e todas as aflições que enfrentaram no Egito, e como o Senhor os havia livrado” (Êx 18:8).
Jetro exaltou a bondade de Deus e Suas intervenções extraordinárias em favor do povo, declarando: “Bendito seja o Senhor, que libertou vocês das mãos dos egípcios e da mão de Faraó. Agora sei que o Senhor é maior do que todos os deuses, porque livrou este povo das mãos dos egípcios, quando agiram arrogantemente contra o povo” (Êx 18:10, 11).
Vemos aqui um exemplo de como Israel deveria ser uma testemunha para o mundo de quem é o verdadeiro Deus e do que Ele pode fazer por Seu povo.
Ao mesmo tempo que Jetro aprendeu sobre Deus, ele próprio tinha algo a oferecer ao povo de Deus: conselhos sábios e benéficos. Moisés precisava organizar o sistema legal de Israel com base em princípios justos e imparciais. Ele também precisava de juízes dedicados e fiéis, pessoas íntegras. Jetro sabiamente enumerou as seguintes qualificações: (1) pessoas que temessem a Deus; (2) que fossem confiáveis; e (3) que odiassem o ganho desonesto. Foram nomeadas pessoas capazes e de bom caráter que liderassem grupos de mil, de cem, de cinquenta e de dez. Assim, a carga de Moisés seria reduzida, ele poderia se concentrar em problemas mais relevantes e o povo seria bem servido.
Moisés aceitou o sábio conselho de Jetro (Êx 18:24) e nomeou líderes para diferentes funções administrativas (Dt 1:9-18).
Quinta-feira, 14 de agosto
O pão e a água da vida
- Leia 1 Coríntios 10:11. Segundo Paulo, por que esses acontecimentos foram registrados nas Escrituras Sagradas?
Paulo explicou que tudo que aconteceu aos israelitas são exemplos e advertências para os seguidores de Cristo e os ajudarão a evitar os mesmos problemas; ou seja, eles aprenderão com esses exemplos. Essa é uma instrução pertinente para nós, que vivemos no “fim dos tempos” (1Co 10:11). Deus concede ao Seu povo o Espírito Santo para fortalecê-lo com “espírito […] de poder, de amor e de moderação” (2Tm 1:6, 7) para que tome decisões corretas e siga Seus ensinos. Cristo é a Fonte da vida (Jo 14:6), e só Ele nos transforma em “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”, de modo que não vivamos “conforme os padrões deste mundo”, mas deixemos que Deus nos transforme pela renovação da mente, para que experimentemos “a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:1, 2).
Depois, em Seu ministério, Jesus extraiu lições desses relatos do AT, especialmente sobre o maná e a água. Ele usou essas imagens para ensinar verdades sobre Si mesmo, pois Ele era Aquele que havia conduzido os israelitas pelo deserto.
- Leia João 4:7-15; 6:31-51. Que verdades esses textos revelam para nós cristãos?
A mulher samaritana descobriu que Cristo oferece algo que ela não poderia obter em nenhum outro lugar. É Deus quem desperta em nós a sede interior por paz, alegria e felicidade; portanto, somente Ele pode satisfazê-la (Sl 42:1, 2).
No contexto do maná, Jesus explicou que foi Deus, e não Moisés, quem havia provido esse alimento ao povo. Então Ele declarou: “Eu Sou o pão da vida. Quem vem a Mim jamais terá fome” (Jo 6:35). Jesus destacou três vezes que Ele é o pão do céu, o pão da vida (Jo 6:35, 41, 48).
Assim como o maná no deserto era o “pão do Céu” (Jo 6:31, 32), a água da rocha era a dádiva de Cristo para saciar a sede de Seu povo. Além desses aspectos físicos, o pão e a água também tinham significado espiritual, pois Jesus Cristo é “o pão da vida” (Jo 6:35, 48) e “a água viva” (Jo 4:10, 11, 14; 7:37, 38). Por isso, é somente Nele que nossa sede e fome espirituais podem ser verdadeiramente saciadas.
Sexta-feira, 15 de agosto
Estudo adicional
Leia, de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 243-253 (“Do Mar Vermelho ao Sinai”).
Pouco depois do incidente com a água, os israelitas enfrentaram uma nova ameaça: foram atacados por um povo agressivo e guerreiro, os amalequitas (Êx 17:8-16).
“Os amalequitas não desconheciam o caráter de Deus nem Sua soberania; mas, em vez de O temerem, ousaram desafiar Seu poder. Os atos sobrenaturais realizados por Moisés diante dos egípcios foram assunto de zombaria para o povo de Amaleque, e os temores das nações circunvizinhas eram ridicularizados. Fizeram juramento pelos seus deuses de que destruiriam os hebreus, de modo que nenhum escapasse, e vangloriavam-se de que o Deus de Israel seria impotente para resistir a eles. Não haviam sido ofendidos ou ameaçados pelos israelitas. Seu ataque não foi motivado por qualquer provocação. Foi para manifestar seu ódio e desconfiança para com Deus que procuraram destruir Seu povo.
“Os amalequitas eram pecadores insubordinados já por muito tempo, e seus crimes demandavam a vingança divina. Contudo, em Sua misericórdia, Deus ainda os chamava ao arrependimento. Quando, porém, os homens de Amaleque caíram sobre as cansadas e indefesas fileiras de Israel, selaram a sorte de sua nação” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 251).
Perguntas para consideração
- Jetro aprendeu sobre o Deus verdadeiro a partir do que Ele havia feito por Seu povo (Êx 18:10-12). Por que esse princípio é válido hoje? Pergunte a si mesmo e à sua classe: Que tipo de testemunho nossa igreja apresenta ao mundo? O que dizemos ao mundo sobre a natureza e o caráter do nosso Deus?
- Leia 1 Coríntios 10:4. O que esse texto revela sobre o erro de que o Deus do AT era vingativo, odioso e implacável, em contraste com Jesus? Como esse versículo mostra por que tal crença está equivocada?
- Leia novamente o texto de Ellen G. White citado acima. Compare a atitude dos amalequitas com a de Jetro. Por que Deus trouxe juízo não apenas sobre eles, mas sobre muitos povos do mundo antigo?
Respostas às perguntas da semana:
1. Os israelitas estavam com sede, mas as águas eram amargas.
2. O povo de Israel reclamou da falta de comida. Deus forneceu o maná.
3. O povo deveria ter aprendido a não testar a Deus, pois Ele tem poder para prover todas as nossas necessidades.
4. Jetro visitou os israelitas, aprendeu sobre o verdadeiro Deus e aconselhou Moisés.
5. Para servir de exemplo e como advertência para aqueles que vivem no fim dos tempos.
6. Cristo é o pão e a água da vida, o único que pode satisfazer nossa sede e fome espirituais.
Um abençoado Estudo…