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O inimigo interno | 4º Trimestre 2025

Da Redação
20 minutos de leitura
O inimigo interno. (Foto: CPB)
Última atualização: 06/11/2025 16:22

Por CPB

Durante a apropriação da Terra Prometida, Israel teve que aprender a difícil lição de que seu inimigo mais perigoso não estava fora de seu acampamento, mas dentro de sua própria base. O maior desafio que estava diante deles não eram as muralhas fortificadas das cidades cananitas nem sua avançada tecnologia militar, mas a vontade obstinada de indivíduos dentro de seu próprio acampamento de ignorar intencionalmente as instruções do Senhor.

Aguardando nossa herança celestial (1Pe 1:4; Cl 3:24), enfrentamos desafios semelhantes. Enquanto estivermos na fronteira da Terra Prometida, nossa fidelidade será testada, e só poderemos ser vitoriosos por meio da rendição a Jesus Cristo.

  1. Leia Josué 7. Quais foram as duas principais causas da derrota de Israel pelos habitantes de Ai?

É interessante observar que o leitor é informado, desde o início, tanto do motivo da ira de Yahweh quanto do nome do culpado. Assim, o suspense da história da descoberta da transgressão de Acã surge pela tensão entre a perspectiva do leitor e a de Josué e dos israelitas. Como muitos outros capítulos do AT, Josué 7 tem uma estrutura em forma de quiasma. O segmento central e culminante dentro dele corresponde à questão de por que os israelitas fracassaram em sua primeira tentativa de conquistar Ai.

Houve duas razões principais para a derrota de Israel pelos habitantes de Ai: o pecado de Acã e a confiança excessiva dos israelitas em sua própria força. Esta última os levou a negligenciar a consulta à vontade do Senhor antes do ataque contra Ai e a subestimar a força do inimigo.

Com base em Josué 7:1, 11-13, podemos ver que, embora Acã tenha sido responsável pelo ato traiçoeiro de se apropriar das coisas condenadas, toda a nação foi responsabilizada e sofreu pelo que ele havia feito. Deus descreveu o pecado de Acã mostrando gradualmente a gravidade dele ao utilizar três vezes, no versículo 11, o advérbio hebraico gam, traduzido como “até” e “também” (ARC). Primeiro, é usado o termo mais comum para pecado: k?ata’. Então o ato de transgressão é descrito por cinco pecados mais específicos introduzidos pelo advérbio gam: (1) ‘abar, também “atravessaram, transgrediram”; (2) até mesmo tomaram (laqak?) das coisas entregues à destruição (??rem); (3) também roubaram (ganab); (4) também enganaram (kak?ash); e (5) até mesmo colocaram (samu) o ??rem roubado entre suas coisas.

A aliança entre Yahweh e Israel envolveu o povo em nível individual e coletivo. À luz da aliança, Israel é tratado como uma unidade indivisível da nação escolhida de Deus; portanto, o pecado de um, ou mesmo alguns, de seus membros incorre em culpa sobre toda a comunidade da aliança. Como o Senhor disse: “Israel pecou. Quebraram a Minha aliança, aquilo que Eu lhes havia ordenado” (Js 7:11).

  1. Leia Josué 7:16-19. O que todo esse processo nos diz sobre Deus e Acã?

Em vez revelar a identidade do transgressor, Deus estabeleceu um procedimento que revela Sua justiça e Sua graça. Depois de explicar o motivo da derrota de Israel e pedir a santificação do povo (Js 7:13), Ele permitiu um intervalo de tempo entre o anúncio do procedimento e sua aplicação, o que deu a Acã tempo para pensar, arrepender-se e confessar seu pecado. Da mesma forma, sua família (se soubessem o que aconteceu) teve a oportunidade de decidir se queria se envolver no encobrimento ou se recusar a ser cúmplices, como os filhos de Corá, que evitaram a destruição ao se recusarem a ficar do lado de seu pai (ver Nm 16:23-33; 26:11).

A solução para o dilema seguiu a direção oposta ao sentido pelo qual o pecado havia entrado e prejudicado Israel: a culpa coletiva foi eliminada e reduzida de Israel para uma tribo; da tribo para a família; da família para a casa; e desta para os indivíduos. Além de revelar o ofensor, o processo investigativo também inocentou os inocentes. Esse era um aspecto igualmente importante do meticuloso procedimento jurídico, no qual o próprio Deus atuou como testemunha dos atos invisíveis de Acã.

O leitor quase consegue sentir a tensão quando Deus Se concentra em Acã. Quem não se surpreenderia com a obstinação do homem em esperar que ele pudesse passar despercebido? Nada é escondido dos olhos penetrantes do Senhor (Sl 139:1-16; 2Cr 16:9), que sabe o que está escondido no coração humano (1Sm 16:7; Jr 17:10; Pv 5:21).

É importante observar a maneira como Josué se dirigiu a Acã: “Meu filho.” Essa expressão mostra não apenas a idade e o papel de liderança de Josué, mas também revela a atitude com que esse grande guerreiro abordou a justiça. Seu coração estava cheio de compaixão por Acã, embora ele tenha sido chamado para executar o julgamento do ofensor. Por meio de sua atitude, Josué estava novamente prenunciando a sensibilidade, a bondade e o amor Daquele que “nunca foi rude, nunca proferiu desnecessariamente uma palavra severa e jamais provocou sem motivo uma dor a uma pessoa frágil. […] Denunciava sem temor a hipocrisia, a incredulidade e a iniquidade, mas tinha lágrimas na voz quando fazia Suas esmagadoras repreensões” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 276).

  1. Leia Josué 7:19-21. O que Josué pediu que Acã fizesse? Qual é o significado desse pedido? Como podemos entender a confissão dele?

Josué pediu que Acã fizesse duas coisas: primeiro, dar glória a Deus e honrá-Lo. Segundo, confessar o que fez sem esconder nada. Acã deveria dar glória a Deus admitindo o que havia feito. O termo usado (todah) pode se referir à ação de graças (Sl 26:7; Is 51:3; Jr 17:26), mas também à confissão de pecado (Ed 10:11).

Infelizmente, o texto bíblico não dá nenhuma indicação de que Acã mostrou qualquer sinal de arrependimento real. Ele esperava permanecer escondido até o fim. Sua atitude desafiadora o qualificou para ser considerado um ofensor arrogante, para quem não havia expiação de acordo com a lei de Moisés (ver Nm 15:27-31).

As palavras de Acã em Josué 7:21 lembram a queda de Adão e Eva: a mulher viu (ra’ah) que a árvore era desejável (?amad) e finalmente tomou (laqak?) de seu fruto (Gn 3:6). Em sua confissão, Acã admitiu que viu (ra’ah) no saque um belo manto de Sinar, 200 siclos de prata e uma barra de ouro. Ele então os cobiçou (?amad) e tomou (laqak?). Assim como no caso de Adão e Eva, a escolha de Acã revela que o pecado da cobiça é o pecado da incredulidade, a qual suspeita de que Deus não deseja o melhor para Suas criaturas e esconde delas alguns prazeres requintados, que pertencem apenas a Ele mesmo.

Além da alusão à queda humana, o texto de Josué destaca o forte con-traste entre as atitudes de Raabe (ver Js 2:1-13) e a de Acã. Ela levou os espias para o telhado e os escondeu dos soldados; ele tomou coisas condenadas e as escondeu de Josué. Ela mostrou gentileza aos espias israelitas e os ajudou a garantir a vitória; ele trouxe problemas a Israel por sua ganância e garantiu a derrota. Ela fez uma aliança com os israelitas; ele quebrou a aliança com Yahweh. Raabe salvou a si mesma e sua família, e eles se tornaram cidadãos respeitados de Israel; Acã condenou a si mesmo e sua família à morte e se tornou um exemplo de vergonha.

  1. Leia Josué 8:1-29. O que essa história nos diz sobre como Deus pode transformar nossos piores fracassos em oportunidades?

A estratégia de Yahweh converte a derrota inicial de Israel em uma vantagem tática, transformando assim o Vale de Acor (que significa “desgraça”) em uma porta de esperança (ver Os 2:15). Tendo alcançado bastante autoconfiança com sua primeira vitória sobre os israelitas, os cidadãos de Ai repetiram sua estratégia de atacar os israelitas, que fingiram recuar e agiram como se estivessem sendo derrotados. Uma vez que os habitantes de Ai foram atraídos para fora de sua fortaleza, os 30 mil israelitas, posicionados não muito atrás da cidade (Js 8:4), iriam capturar a cidade vazia ateando fogo nela. Josué 8:7 deixa claro que não foi a estratégia que trouxe a vitória, mas seria o próprio Senhor que concederia a vitória e entregaria a cidade de Ai aos israelitas. Mesmo em um capítulo em que os aspectos militares dominam a narrativa mais do que em qualquer outro capítulo do livro, o texto destaca a verdade de que a vitória é uma dádiva de Yahweh.

O momento decisivo da batalha ocorreu quando os habitantes de Ai deixaram a cidade e começaram a perseguir os israelitas. Essa foi a segunda vez que Deus falou em todo o capítulo depois que Ele deu a estratégia em Josué 8:2, sinalizando que Ele estava supervisionando a batalha. Até esse momento, não sabemos o resultado da batalha. Desse ponto em diante, fica claro que o exército israelita era vitorioso.

A arma na mão de Josué era uma espada em forma de foice, ou cimitarra, em vez de uma espada ou dardo. Na época de Josué, pode não ter sido usada como uma arma real, mas se tornou um símbolo de soberania. E, além de dar o sinal para o ataque, expressa a soberania de Deus na derrota de Ai. Ao estender a espada em forma de foice até que a vitória completa fosse conquistada, o texto mostra que Josué assumiu completamente o papel de liderança que Moisés havia exercido na travessia do Mar Vermelho (Êx 14:16) e na guerra contra os amalequitas (Êx 17:11-13), onde Josué liderou pessoalmente o combate.

Desta vez não houve intervenção visível e milagrosa de Deus, mas a vitória sobre Ai não foi menos divinamente assistida do que aquela sobre os egípcios na primeira geração ou na recente vitória sobre Jericó. A chave para o sucesso está na fé que Josué teve na palavra do Senhor e sua obediência inabalável a ela. O princípio visto nessa história permanece válido para o povo de Deus hoje, onde quer que vivam e sejam quais forem seus desafios.


Como estudamos na lição 5, Deus tinha dado às nações pagãs a oportunidade de conhecê-Lo e se afastar de seus maus caminhos. Elas, no entanto, recusaram e estavam, no fim das contas, enfrentando o juízo divino.

  1. Leia Josué 7:6-9, que trata da reação inicial de Josué à calamidade que se abateu sobre eles. Observe especialmente o verso 9. Que princípio teológico importante é encontrado nas palavras de Josué?

A princípio, Josué parece estar dizendo o mesmo que os israelitas em meio às suas dificuldades após deixarem o Egito. Eles disseram: “Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne e comíamos pão à vontade! Pois vocês nos trouxeram a este deserto a fim de matarem de fome toda esta multidão” (Êx 16:3).

E Josué orou: “Ah! Senhor DeuS, por que fizeste este povo passar o Jordão, para nos entregares nas mãos dos amorreus, para sermos destruídos? Antes tivéssemos nos contentado em ficar do outro lado do Jordão!” (Js 7:7).

Logo depois, porém, Josué expressou sua grande preocupação com os danos que o nome e a reputação de Deus sofreriam com essa derrota: “Quando os cananeus e todos os moradores da terra ouvirem isto, nos cercarão e apagarão o nosso nome da face da terra; e, então, que farás ao Teu grande nome?” (Js 7:9).

Isso revela um tema e um princípio que era central para os propósitos de Deus para com Israel. Embora o Senhor quisesse que as nações pagãs ao redor deles vissem as grandes coisas que Ele faria por Seu povo que O obedecesse, elas também poderiam, como Raabe fez, aprender sobre o Deus de Israel pelo poder das conquistas de Seu povo. Por outro lado, se as coisas fossem mal, como aconteceu aqui, as nações considerariam o Deus de Israel fraco e ineficiente (ver Nm 14:15, 16; Dt 9:28), o que poderia encorajar a resistência cananita.

Em outras palavras, mesmo no contexto dos hebreus tomando a terra, grandes questões e princípios estavam envolvidos, o que incluía trazer honra e glória a Deus, que também era a única esperança para os pagãos, assim como para Israel.

Leia, de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 430-435 (“As muralhas de Jericó”).

“O pecado mortal que determinou a ruína de Acã teve suas raízes na cobiça, um dos pecados mais comuns e aos quais as pessoas dão menos importância. […]

“Acã reconheceu sua culpa quando era tarde demais para que a confissão o beneficiasse. […] Tinha ouvido o anúncio de que um grande crime havia sido cometido. E não somente isso: tinha ouvido até mesmo, de forma clara, de que crime se tratava. No entanto, seus lábios permaneceram fechados. Então começou a investigação solene. Ele se encheu de terror ao ver sua tribo ser apontada e, em seguida, sua família e sua casa! Ainda assim não fez confissão alguma até que o dedo de Deus apontou para ele. Então, quando seu pecado já não podia mais ser escondido, admitiu a verdade. Como é frequente esse tipo de confissão! Há uma grande diferença entre admitir fatos depois de terem sido provados e confessar pecados conhecidos unicamente por nós mesmos e Deus. Acã não teria confessado seu crime se não tivesse esperado que isso o isentasse das consequências. Sua confissão serviu apenas para mostrar que o castigo era justo. Seu arrependimento não foi sincero; não houve tristeza pelo pecado, mudança de propósito nem aversão ao mal” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 433-435).

Perguntas para consideração

  1. Discuta a importância do décimo mandamento (Êx 20:17) em um mundo dominado por propagandas e consumismo. Como podemos distinguir entre um desejo e uma necessidade, e por que essa distinção é importante?
  2. Leia a oração registrada em Daniel 9:4-19. Por que é tão relevante que o profeta, ao confessar os pecados de Israel, tenha se incluído, dizendo: “nós fizemos todas essas coisas ruins”, embora não tenhamos registro de que o próprio Daniel tenha feito o mal?
  3. Por que a obediência dos israelitas a todos os “estatutos e juízos” era tão importante para seu testemunho? Esse mesmo princípio se aplica à igreja hoje? Nosso testemunho seria mais eficaz se seguíssemos tudo o que nos foi dado por Deus?

Respostas às perguntas da semana: 1. A derrota em Ai veio pela desobediência de Acã (roubo de despojos) e presunção de Israel (ataque sem consultar a Deus). 2. Deus expôs o pecado oculto com justiça e graça, mostrando Sua santidade. Apenas o culpado foi condenado. 3. Josué exigiu confissão pública, revelando que arrependimento tardio não anula consequências. 4. Mostra como Deus transforma fracassos em vitórias quando há obediência. O pecado de Acã trouxe uma derrota diante de Ai, mas a obediência permitiu a vitória sobre a cidade. 5. O princípio teológico é que a glória de Deus deve ser a prioridade absoluta do Seu povo.

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