CPB
Lição 7
08 a 14 de novembro
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: JS 19
Verso para memorizar: “Mas busquem em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas” (Mt 6:33).
Leituras da semana: Js 5:1-7; Êx 12:6; 1Co 5:7; Js 8:30-35; Dt 8:11, 14; Hb 9:11, 12
Nesta semana, estudaremos alguns momentos importantes durante a conquista da Terra Prometida, nos quais Israel se reconsagrou ao Senhor, às vezes diante de um perigo iminente. Josué tomou a decisão aparentemente irracional de circuncidar os israelitas em território inimigo (Js 5:1-9); celebrar a Páscoa diante de um perigo iminente (Js 5:10-12); construir um altar e adorar o Senhor enquanto a conquista estava a todo vapor (Js 8:30-35); e montar o tabernáculo do Senhor quando sete tribos em Israel ainda não haviam recebido sua herança (Js 18:1, 2).
Em meio à correria da vida, tendemos a focar nas urgências que surgem diariamente. Com frequência, deixamos de lado momentos de qualidade para renovar nosso compromisso com Deus, fazer uma pausa e expressar gratidão por tudo o que Ele tem feito e continua a fazer por nós. O culto matutino e vespertino, assim como o altar da família, parecem fora de lugar em nossa rotina agitada, guiada pela conveniência e pela busca de realizações pessoais. Contudo, no fundo, todos sabemos que os momentos passados com Deus e com nossos entes queridos são o uso mais valioso de nosso tempo limitado.
Domingo, 09 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: JS 20
Primeiro a aliança
- Leia Josué 5:1-7. Por que o Senhor ordenou a Josué que circuncidasse a segunda geração de israelitas naquele momento específico da conquista de Canaã?
Após a exploração do país, o relato encorajador dos espias e a travessia miraculosa do Jordão, poderíamos esperar um ataque imediato ao inimigo. No entanto, havia algo mais importante do que a conquista militar: a aliança de Israel com Deus. Antes que a nova geração pudesse se envolver na tomada do território, ela precisava estar totalmente ciente de seu relacionamento especial com o Dono daquele território. A renovação do sinal da aliança veio como uma resposta ao ato miraculoso e de graça de Deus ao guiar Israel em segurança através do Jordão.
Nossa aliança com Deus deve ser sempre uma resposta de gratidão pelo que Ele já fez por nós, e nunca uma tentativa de obter benefícios por meio de uma obediência legalista às Suas exigências (esse conceito foi fundamental nos conflitos de Paulo com aqueles que insistiam em que os gentios convertidos fossem circuncidados, como vemos claramente na Carta aos Gálatas).
Israel estava à beira da maior campanha militar de sua história, e poderíamos esperar que todo o acampamento estivesse focado nos preparativos de guerra. Na verdade, estava, mas não da maneira convencional. Em vez de preparar os cavalos e afiarem as espadas, eles se dedicaram a um ritual que deixou a maior parte da força de combate vulnerável por pelo menos três dias.
Eles fizeram isso para celebrar seu relacionamento com Deus, que os havia libertado do Egito. Por quê? Porque reconheciam que a batalha pertence ao Senhor. Era Ele quem lhes concedia vitória e êxito. Jesus apresentou o mesmo princípio em palavras diferentes: “Busquem em primeiro lugar o reino de Deus e a Sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas” (Mt 6:33). Na maioria das vezes, a vida cotidiana parece nos pressionar com a urgência de tantas coisas importantes que esquecemos de dar prioridade à coisa mais importante em nossa vida: a renovação diária de nosso compromisso com Cristo.
Segunda-feira, 10 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: JS 21
Páscoa
- Por que é relevante que Josué tenha escolhido celebrar a Páscoa apesar da tarefa enorme e urgente de conquistar a Terra Prometida? Js 5:10; Êx 12:6; Lv 23:5; Nm 28:16; Dt 16:4, 6
A segunda atividade importante que antecedeu a conquista foi a celebração da Páscoa. Ela aconteceu na noite do décimo quarto dia do mês, em atenta conformidade com as instruções dadas por Deus. O significado simbólico da observância da Páscoa é especialmente enfatizado: os eventos no livro de Josué refletem aqueles do Êxodo. A Páscoa remete à noite da décima praga (Êx 12), quando o anjo do Senhor matou todos os primogênitos do Egito e poupou os israelitas. Em seguida, ocorreu a saída do Egito, a travessia do Mar Vermelho e a jornada pelo deserto.
Por outro lado, a história da segunda geração começou no deserto, continuou com a travessia do Jordão, envolveu a circuncisão e a celebração da Páscoa, e levou ao momento crucial em que outra intervenção miraculosa do Senhor era esperada contra os inimigos de Israel, os habitantes de Canaã. Junto com todos os atos anteriores, a celebração da Páscoa marcou o início de uma nova era na história de Israel.
Além disso, por meio do símbolo do cordeiro sacrifical, a Festa da Páscoa apontava para a redenção dos israelitas da escravidão egípcia. Contudo, também apontava para o seu cumprimento antitípico no Cordeiro de Deus, que nos resgatou da escravidão do pecado (Jo 1:29, 36; 1Co 5:7; 1Pe 1:18, 19). Na Ceia do Senhor, antes de Se oferecer como o sacrifício supremo, Jesus transformou a Páscoa em um memorial de Sua morte (Mt 26:26-29; 1Co 11:23-26).
No entanto, a Páscoa e a Ceia do Senhor sinalizam uma realidade ainda mais gloriosa: a multidão redimida entrando na Canaã celestial. No Apocalipse, João retrata esse evento antitípico de “travessia” como os 144 mil caminhando sobre o mar de vidro, que é o antítipo do Mar Vermelho e do rio Jordão, diante do trono de Deus (Ap 4:6; 7:9, 10). Eles celebrarão a antitípica Páscoa e a Ceia do Senhor durante as bodas do Cordeiro (Mt 26:29; Ap 19:9).
Terça-feira, 11 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: JS 22
Altares de renovação
- Qual foi a motivação de Josué para construir um altar para o Senhor? Leia Josué 8:30, 31. Compare com Deuteronômio 11:26-30; 27:2-10.
Na época dos patriarcas, os altares marcavam o caminho de sua peregrinação e se tornavam representações concretas de que aquele território, que havia sido prometido por Deus, pertencia a eles. Agora, ao erguer um altar, os israelitas estavam testemunhando o cumprimento das promessas feitas aos seus antepassados. Neste caso, a construção do altar era o cumprimento direto das instruções das por Moisés (Dt 11:26-30; 27:2-10).
Josué 8:30-35 desempenha um papel significativo na mensagem teológica do livro. Ao conectar uma das histórias mais horripilantes e violentas – a guerra – a algo totalmente diferente, como uma cena de reafirmação da aliança – a adoração –, Josué nos remete a um dos temas teológicos mais importantes destacados no início do livro: a tarefa de conduzir Israel a uma vida de obediência à aliança (Js 1:7). Essa mesma responsabilidade é refletida nas palavras finais de Josué ao povo (Js 24).
Apesar da importância da guerra e da conquista, há algo ainda mais fundamental: a lealdade às exigências da lei de Deus. A conquista era apenas um passo no cumprimento do plano de Deus para Israel e da restauração de toda a humanidade. A fidelidade aos preceitos da Torá é a questão central no destino da humanidade. Josué escreveu a cópia da lei em grandes pedras caiadas, distintas das pedras do altar (compare com Dt 27:2-8). Assim, as pedras, que provavelmente continham os Dez Mandamentos, formavam um monumento separado nas proximidades do altar, lembrando constantemente os israelitas dos privilégios e deveres que faziam parte da aliança.
Josué prenuncia o Yehoshua (Jesus) do NT, cuja missão era, entre outras coisas, levar a humanidade de volta à obediência a Deus. Para atingir esse objetivo, Ele teve que empreender um conflito com os poderes do mal. Seu objetivo final era cumprir os requisitos da aliança em nosso favor: “Em Cristo, cada uma das promessas de Deus é ‘sim’. Por essa razão, por meio Dele dizemos ‘Amém’ para a glória de Deus” (2Co 1:20, NVI).
Quarta-feira, 12 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: JS 23
Escrito em pedras
- Leia Josué 8:32-35. Qual é o significado do ato descrito nesses versos e o que ele nos ensina hoje?
O monte Ebal é mencionado apenas em Deuteronômio (Dt 11:29; 27:4, 13) e no livro de Josué (Js 8:30, 33). Junto com o monte Gerizim, era o local onde as bênçãos e maldições da aliança deveriam ser proferidas. Mais especificamente, o monte Ebal seria o local das maldições (Dt 11:29; 27:4, 13). Lá os israelitas deveriam ficar de pé em ambos os lados da arca na presença dos sacerdotes (Js 8:33). Um grupo ficou em frente ao monte Ebal, e o outro em frente ao monte Gerizim. Com isso, eles representavam simbolicamente as duas maneiras possíveis de se relacionar com a aliança. Os sacrifícios oferecidos nesse local apontavam para Jesus, que tomou sobre Si as maldições da aliança, para que todos os que cressem Nele pudessem desfrutar dessas bênçãos (Gl 3:13; 2Co 5:21).
- Por que era necessário escrever uma cópia da aliança em um monumento, visível a todos? Dt 4:31; 6:12; 8:11, 14; 2Rs 17:38; Sl 78:7
Nós, seres humanos, frequentemente esquecemos as coisas com facilidade. À medida que acumulamos as crescentes e desconcertantes demandas da vida cotidiana, nossa atenção se concentra em períodos de tempo cada vez mais curtos. Isso nos faz esquecer, muitas vezes, aquilo que não ocorre com a mesma frequência ou intensidade. Em cada Ceia do Senhor, temos uma oportunidade especial para nos comprometer novamente com Cristo e renovar nosso vínculo com a aliança. É fundamental enxergar essas ocasiões não apenas como momentos de reconsagração pessoal, mas também como oportunidades de renovação coletiva da nossa fidelidade a Deus. Em uma sociedade cada vez mais voltada para o individualismo, é essencial redescobrir o poder de pertencer a uma comunidade que compartilha a mesma visão de mundo, valores, crenças e missão.
Quinta-feira, 13 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: JS 24
Ansiando por Sua presença
- Leia Josué 18:1 e 2. Qual foi a atividade que fez Josué interromper o processo de distribuição do território?
Após a descrição dos territórios atribuídos às duas maiores tribos no lado oeste do Jordão e à meia tribo de Manassés, houve uma assembleia da congregação em Siló, onde a terra foi dividida entre as sete tribos menores que ainda não tinham recebido a herança.
O estabelecimento do santuário, que Deus chamou de “Meu tabernáculo”, representa o cumprimento da promessa do Senhor de viver no meio de Seu povo (Êx 25:8; Lv 26:11, 12) e revela o tema central do livro: a presença de Deus no meio de Israel tornou possível a posse da Terra Prometida. Essa presença seria uma fonte contínua de bênçãos para Israel e, por meio deles, para toda a Terra (Gn 12:3). A adoração a Deus estava ganhando destaque e se tornando a prioridade, até mesmo em relação à conquista e à distribuição do território! A presença do santuário, e mais tarde do templo de Jerusalém, deveria ajudar o povo a reconhecer continuamente a presença de Deus entre eles e seu dever de cumprir a aliança.
- Leia Hebreus 6:19, 20; 9:11, 12; 10:19-23. O que podemos aprender com Josué, considerando que, como cristãos, não temos um santuário terrestre que abrigue a presença física de Deus entre nós?
A menção ao santuário não deve ser uma surpresa, pois esse tema já está presente na narrativa de Josué por meio da arca da aliança. Essa arca era o elemento central do mobiliário no lugar santíssimo e marcou as duas primeiras seções do livro: a travessia e a conquista. Agora, ao colocar a construção do tabernáculo como o foco da distribuição do território, Josué demonstrou que toda a vida de Israel girava em torno do santuário, a base terrena de Yahweh.
Como cristãos que vivem no antitípico Dia da Expiação, é essencial mantermos nosso olhar fixo no santuário celestial enquanto enfrentamos os “gigantes” modernos (ou pós-modernos) que desafiam nossa fé, esperança e herança espiritual. Ao confiarmos continuamente na obra de Cristo realizada na cruz e no santuário celestial, podemos olhar para o futuro com confiança, aguardando o dia em que Deus habitará novamente no meio de Seu povo, desta vez para sempre (ver Ap 21:3).
Sexta-feira, 14 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: JZ 1
Estudo adicional
Leia, de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 436-438 (“Bênçãos e maldições”).
“Segundo as instruções dadas por Moisés, um monumento de grandes pedras foi construído no monte Ebal. Sobre essas pedras, previamente pre-paradas por uma cobertura de argamassa, foi inscrita a lei – não somente os dez preceitos proferidos no Sinai e gravados em tábuas de pedra, mas também as leis comunicadas a Moisés e escritas por ele num livro. Ao lado desse monumento, foi construído um altar de pedras não lavradas, sobre o qual foram oferecidos sacrifícios ao Senhor. O fato de o altar ter sido construído no monte Ebal, sobre o qual fora posta a maldição (Dt 11:29), foi significativo, dando a entender que, por causa de sua transgressão da lei de Deus, Israel merecia receber com justiça Sua ira, e eles a teriam sofrido imediata-mente, não fosse pela expiação de Cristo, representada pelo altar de sacrifício” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 437).
“O momento da ceia não deve ser um período de tristeza. […] Ao se reunirem os discípulos do Senhor em torno de Sua mesa, não devem lembrar e lamentar suas deficiências. Não devem se demorar em sua vida religiosa passada, seja para elevar ou deprimir. Não tragam à memória as diferenças existentes entre si e seus irmãos. A cerimônia preparatória já abrangeu tudo isso. O exame próprio, a confissão do pecado, a reconciliação dos desentendimentos – tudo já foi feito. Agora, chegam para se encontrar com Cristo. Não devem permanecer à sombra da cruz, mas à sua luz salvadora. Abram o coração para os brilhantes raios do Sol da Justiça” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 530).
Perguntas para consideração
- O que é buscar primeiro o reino de Deus? Isso influencia sua vida?
- Por que é fácil esquecer o Senhor em meio à correria do dia a dia? Quais soluções podem ser propostas?
- A certeza de que Jesus intercede por nós no santuário celestial (Hb 7:25) pode se tornar uma fonte de esperança e força diárias? Essa verdade é significativa hoje, no tempo do antitípico Dia da Expiação?
Respostas às perguntas da semana: 1. Deus ordenou a circuncisão para reafirmar a aliança com a nova geração antes da conquista. 2. Celebrar a Páscoa era priorizar a obediência e memória do Êxodo, mesmo em meio à guerra. 3. Josué construiu o altar para cumprir a ordem de Moisés e renovar o compromisso com a Lei. 4. A leitura pública da Lei ensinava o povo a viver pela aliança, princípio válido hoje para nossa fidelidade às Escrituras. 5. A cópia da aliança no monumento deveria prevenir o esquecimento da fidelidade divina. 6. Josué interrompeu a distribuição de terras para estabelecer o tabernáculo em Siló, centralizando o culto. 7. Podemos ir à presença de Cristo no “santuário celestial”, onde temos acesso a Deus pela fé.