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Gigantes da fé: Josué e Calebe | 4º Trimestre 2025

Da Redação
18 minutos de leitura
“Lembrem-se dos seus líderes, os quais pregaram a Palavra de Deus a vocês; e, considerando atentamente o fi m da vida deles, imitem a fé que tiveram”. (Foto: CPB)
Última atualização: 17/11/2025 07:54

CPB

Ano Bíblico: RPSP: JZ 2

Verso para memorizar: “Lembrem-se dos seus líderes, os quais pregaram a Palavra de Deus a vocês; e, considerando atentamente o fi m da vida deles, imitem a fé que tiveram” (Hb 13:7).

Leituras da semana: Nm 13:6, 30-32; Js 14:6-14; Lc 18:1-5; Js 19:49-51; 2Co 3:18; Rm 12:1, 2

Todo pai sabe que os filhos aprendem pelo exemplo, certo? Quantos pais já se preocuparam ao ver seus filhos seguirem seus maus hábitos em vez dos bons? Independentemente da idade, é comum acharmos mais fácil fazer o que é errado do que o que é certo. Isso faz parte da nossa condição como humanidade decaída. “Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto” (Rm 7:15). Quem de nós nunca se identificou com essa descrição?

Desde o nascimento, somos moldados pelo poder do exemplo. Aprendemos as coisas mais básicas da vida, como andar, falar e expressar emoções, imitando as pessoas ao nosso redor. Mesmo na vida adulta, ainda precisamos de modelos. Embora ninguém seja perfeito, podemos admirar e seguir os traços espirituais daqueles que se tornaram gigantes da fé.

Nesta semana, vamos examinar mais de perto os exemplos de dois gigantes da fé no livro de Josué: Calebe e o próprio Josué. O que fez com que eles se destacassem em sua geração e desempenhassem um papel fundamental na vida do povo de Deus durante um dos períodos mais importantes da história de Israel?

  1. Leia Números 13:6, 30-32; Josué 14:6, 14. Quem foi Calebe? Qual foi a sua importância dentro do povo de Israel?

O nome Calebe vem da palavra hebraica keleb (“cachorro”), que no AT é geralmente usada de forma negativa. No entanto, em cartas e hinos fora da Bíblia, o termo keleb era utilizado para descrever a coragem, perseverança e lealdade de um servo ao seu senhor. Nesse sentido, Calebe honrou o significado de seu nome, mostrando, ao longo de sua vida, uma fidelidade inabalável ao seu Senhor.

  1. Calebe teve a coragem de expressar suas convicções, mesmo quando a maioria dos espias discordou dele e o povo de Israel o ameaçou de morte. O que isso revela sobre o seu caráter? Nm 14:6-10, 21-25; 26:65; 32:12

Pense nos importantes líderes israelitas que eram contemporâneos de Josué e Calebe: Samua, Safate, Jigeal, Palti, Gadiel, Gadi, Amiel, Setur, Nabi e Geuel (Nm 13:4-15). Consegue lembrar de algum desses nomes?

Provavelmente, não.

Por quê? Esses são os nomes dos outros dez espias enviados por Moisés para explorar a terra de Canaã. Eles caíram no esquecimento porque seus nomes não foram dignos de ser lembrados. O relatório que trouxeram retratou a Terra Prometida como impossível de ser conquistada. Eles se viam como gafanhotos em comparação com os gigantes que habitavam algumas áreas da terra e ficaram apavorados ao se depararem com os muros “intransponíveis” das cidades fortificadas em Canaã.

Calebe, um dos dois espias que trouxeram um relatório positivo, assumiu a liderança ao apresentar outra possibilidade: a atitude de fé. Ele estava disposto a defender o que sabia ser certo, mesmo diante da oposição e da ameaça de morte: “Toda a congregação disse que Josué e Calebe deviam ser apedrejados” (Nm 14:10).

  1. Leia Josué 14:6-14; Números 14:24; 32:12; Deuteronômio 1:36; Lucas 6:45. Como você descreveria a atitude de Calebe e Josué? O que significa seguir ao Senhor de todo o coração (Js 14:8)?

Calebe nunca se esqueceu da promessa que o Senhor lhe fizera por meio de Moisés: de que ele entraria na terra onde seus pés haviam pisado (Nm 14:24). Quarenta e cinco anos depois, ao se referir ao seu próprio relatório sobre a Terra Prometida, Calebe declarou: “Eu lhe relatei o que estava no meu coração” (Js 14:7). Seu relato se baseava na convicção de que, com a orientação e auxílio de Deus, Israel seria capaz de conquistar aquele território.

Em contraste com o relato dos outros dez espias, que semearam medo entre os israelitas, Calebe demonstrou um profundo comprometimento e confiança na promessa do Senhor. A expressão hebraica diz literalmente: “Segui plenamente o Senhor” (Js 14:8). Essa frase significa: “Eu […] fui inteiramente fiel ao Senhor, o meu Deus” (NVI) ou “segui o Senhor, meu Deus, de todo o coração” (NVT). Ao contrário de outras pessoas que se deixaram levar por deuses estrangeiros e não seguiram o Senhor completamente, o coração de Calebe estava totalmente dedicado a Ele.

Essa mesma expressão é repetida duas vezes mais tarde, destacando a fidelidade de Calebe (Js 14:9, 14). O próprio Senhor afirmou que nele havia “outro espírito” (Nm 14:24, NAA) ou “um espírito diferente” (NVI), que distinguia Calebe e Josué dos outros dez espias. Mesmo aos 85 anos, ele continuava a ser um exemplo do que o Senhor pode realizar por meio de pessoas cujo coração é completamente dedicado a Ele e à Sua causa.

Calebe entendeu que o território que cada tribo receberia era diretamente proporcional à ousadia com que reivindicavam as promessas do Senhor e à extensão de terra que estavam dispostos a pisar pela fé. As promessas de Deus não se cumprem automaticamente, independentemente de nossa vontade. Elas exigem que nossa fé seja acompanhada de ações decididas. O termo hebraico ’ulay, que significa “se” (Js 14:12), pode expressar medo e dúvida, mas geralmente indica esperança e a expectativa de que algo positivo acontecerá (Gn 16:2; Nm 22:6, 11; 23:3).

  1. Leia Josué 15:16-19; Juízes 1:13; 3:7-11. O que essa história revela sobre o poder do exemplo? De que maneira a atitude de Calebe estava sendo refletida na geração mais jovem?

Nessa passagem, Calebe ofereceu sua filha, Acsa, em casamento àquele que conseguisse conquistar Debir (o nome dessa cidade tinha sido Quiriate-Sefer; Js 15:15). Otniel tomou a cidade e ganhou a mão de Acsa. Essa história é significativa porque revela a coragem, a fé e a disposição de Calebe para enfrentar desafios.

Além disso, mostra que a nova geração de israelitas seguia o exemplo de gigantes da fé como Calebe e Josué. Enquanto a geração mais velha encer-rava seu ministério, havia um novo grupo pronto para enfrentar os desafios e continuar a cumprir o plano de Deus para Israel.

A atitude de Acsa espelhava o pedido de Calebe a Josué: “Dê-me agora este monte” (Js 14:12). Encorajada pelo marido, Acsa expressou a mesma fé e determinação que seu pai havia demonstrado. Com ousadia, ela seguiu o exemplo de Calebe ao reivindicar a promessa de possuir a terra.

De fato, a terra era um presente de Yahweh para Israel, mas o povo pre-cisava se apropriar dela, reivindicando as promessas do Senhor com fé e coragem. A determinação de Acsa prenunciava a perseverança das mulheres mencionadas nos evangelhos, que não se deixaram desanimar pela multidão ou pelos discípulos e continuaram a receber a bênção de Jesus para si mesmas e suas famílias.

  1. Leia Lucas 18:1-5. O que essa passagem pode nos ensinar?


As longas listas de nomes lugares que marcam as fronteiras das terras dadas às tribos de Israel terminam com a distribuição de terras para os dois heróis, Calebe e Josué, que foram os primeiros a reconhecer essas áreas. Calebe foi o primeiro a receber sua herança, enquanto Josué obteve a sua por último. Até então, Josué havia se concentrado em dividir a terra entre as tribos de Israel; agora foi a vez de o povo dar a Josué a sua herança.

  1. Leia Josué 19:49-51. O grande líder de Israel, que dividiu a terra, recebeu sua herança por último. Quais são as implicações desse fato?

A cidade que Josué recebeu chamava-se Timnate-Sera, um nome formado por duas palavras. A primeira parte, “Timnate”, vem do verbo hebraico manah, que significa contar ou atribuir, referindo-se à porção ou território. A segunda parte provavelmente deriva do verbo serac?, que significa sobrar ou exceder (ver Êxodo 26:12). Assim, podemos traduzir o nome dessa cidade como porção restante” ou “território restante”.

O nome da cidade que Josué escolheu, a partir do que sobrou, reflete o caráter nobre do segundo líder de Israel. Primeiro, ele esperou até que todo o povo recebesse sua porção. Em vez de optar por um dos territórios densamente povoados ou pelas cidades mais notáveis como sua herança, Josué escolheu uma cidade modesta, ou talvez até em ruínas, para reconstruí-la com trabalho árduo (ver Js 19:50).

Além disso, Timnate-Sera estava localizada perto de Siló, próximo ao santuário, o que revela onde estavam as prioridades de Josué e onde seu coração realmente se encontrava. Certamente, após a recém-formada nação de Israel ter sido conduzida à Terra Prometida e, com a ajuda de Deus, garantir a herança de cada tribo e família, ninguém teria se oposto ao desejo de Josué por uma herança mais grandiosa. No entanto, ele estava satisfeito em ter uma vida simples, focando no que realmente importava, uma atitude que foi refletida na oração de Davi: “Uma coisa peço ao Senhor e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no Seu templo” (Sl 27:4).

  1. Refletir sobre grandes heróis da fé nos inspira, mas nosso maior exemplo é Jesus. Como Sua vida e ensinamentos podem nos transformar? Hb 12: 1, 2; 2Co 3:18

Marco Iacoboni, neurocientista da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (EUA), estudou a função dos neurônios-espelho. Esses pequenos circuitos celulares são ativados não apenas quando realizamos uma ação, como rir ou abraçar alguém, mas também quando observamos outra pessoa fazendo a mesma coisa. A atividade desses neurônios diminui a diferença entre ver e fazer.

Ellen G. White escreveu sobre a importância de contemplar o cará-ter de Cristo: “Olhando para Cristo obtemos uma visão mais clara e distinta de Deus, e pela contemplação somos transformados. A benignidade e o amor para com nossos semelhantes se tornam um instinto natural. Desenvolvemos um caráter que é cópia do divino. Crescendo à Sua semelhança, ampliamos nossa capacidade de conhecer a Deus. Entramos, cada vez mais, em comunhão com o mundo celestial e temos o poder incessantemente crescente de receber as riquezas do conhecimento e sabedoria da eternidade” (Parábolas de Jesus [CPB, 2022], p. 207, 208).

  1. Leia Romanos 12:1 e 2. Quais são as duas forças diferentes que influenciam nossa vida? Como podemos ter certeza de que estamos focando na coisa certa?

Em Romanos 12, o apóstolo Paulo menciona duas forças opostas que ten-tam moldar nossa vida. De um lado, o mundo ao nosso redor, com suas várias influências, busca nos empurrar para seu próprio padrão, tentando nos moldar de fora para dentro.

Para combater essa influência, o Espírito Santo nos transforma de dentro para fora, de modo semelhante à mudança que ocorre quando uma lagarta se transforma em uma bela borboleta. No entanto, para que essa transformação aconteça, precisamos nos dedicar a Deus e pedir que Ele continue a boa obra que começou em nós (Fp 1:6). No fim, é essencial que façamos a escolha consciente de, a cada momento, viver guiados pelo Espírito.


“Nessa época, a fé de Calebe era exatamente igual à de quando seu testemunho tinha contrariado o relato pessimista dos espias. Havia acreditado na promessa de Deus de que levaria Seu povo a possuir Canaã, e nisso havia seguido fielmente ao Senhor. Tinha suportado, juntamente com o povo, a longa peregrinação no deserto, participando das desilusões e fardos dos culpados. Contudo, não se queixou disso, mas exaltou a misericórdia de Deus que tinha preservado sua vida no deserto, quando seus irmãos foram eliminados. Entre todas as dificuldades, perigos e pragas, nas vagueações pelo deserto e durante os anos de guerra, desde que entraram em Canaã, o Senhor o tinha guardado, e agora, com mais de 80 anos, seu vigor não havia diminuído. Não pedia para si uma terra já conquistada, mas o lugar que, mais do que todos, os outros espias haviam considerado impossível subjugar. Com a ajuda de Deus, arrancaria essa fortaleza daqueles mesmos gigantes cujo poder tinha abalado a fé de Israel. Não foi o desejo de honras ou engrandecimento próprio que determinou o pedido de Calebe. O bravo e velho guerreiro queria dar ao povo um exemplo que honraria a Deus e incentivaria as tribos a dominar completamente a terra que seus pais tinham considerado inconquistável” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 447).

Perguntas para consideração

  1. Discuta o impacto da pressão de grupo e a coragem necessária para se manifestar quando os outros não o fazem. Qual é o papel da coragem em nossa vivência da fé? Como defender nossas convicções sem sermos rudes?
  2. Compartilhem exemplos de fé de sua igreja ou comunidade que moldaram sua vida e seu caráter. Quais características devem ser seguidas?
  3. Reflita sobre a influência da mídia em nossa vida. Como evitar seus efeitos negativos e aproveitar seu potencial para promover causas positivas?
  4. Pense sobre a humildade de Josué como líder e seu desejo de viver próximo ao santuário. De que maneira o exemplo dele impacta você?

Respostas às perguntas da semana: 1. Calebe foi um dos doze espias enviados por Moisés para observar a terra. Ao lado de Josué, defendeu a conquista de Canaã, destacando-se por sua fé inabalável. Recebeu Hebrom como herança por seguir a Deus “inteiramente”. 2. Seu caráter era corajoso: enfrentou a multidão e manteve a fé, sendo recompensado por Deus. 3. Calebe e Josué exemplificaram confiança em Deus acima das circunstâncias, tendo um coração alinhado com Deus. 4. Sua filha Acsa e Otoniel refletiram seu legado de fé e ousadia, mostrando que exemplos piedosos inspiram gerações. 5. Ensina a persistir na oração diante dos desafios. Calebe persistiu na promessa. Acsa foi perseverante na súplica ao pai. 6. Josué recebeu sua herança por último, demonstrando liderança servidora e desprendimento. 7. Jesus, nosso exemplo, nos transforma quando fixamos Nele nosso olhar. 8. As pressões mundanas e a “boa, agradável e perfeita vontade de Deus”, que exige entrega total para discernir e viver a vontade de Deus. O nosso foco está correto quando a nossa adoração produz uma vida prática agradável a Deus.

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