Eraldo de Freitas
Da Redação
O Município de Peixoto de Azevedo, (cidade localizada no Norte de Mato Grosso, a 671km da capital de Cuiabá), atravessa uma grave crise financeira que ameaça comprometer a oferta de serviços públicos essenciais. O novo prefeito eleito Nilmar Nunes de Miranda, o Paulistinha (do União Brasil), fez um apelo dramático nesta quarta-feira ao governador Mauro Mendes, deputados estaduais e federais, bem como senadores, solicitando ajuda emergencial para salvar o município. A declaração ocorreu durante visita à capital do estado, em companhia do presidente da Câmara Municipal, Thawê Rodrigues Dorta, e outras lideranças locais.
Com um déficit financeiro acumulado de R$ 98 milhões, a nova gestão herdou uma administração marcada por desorganização e suspeitas de desvios. Segundo o prefeito, o orçamento anual de R$ 250 milhões é insuficiente para cobrir as dívidas e manter serviços essenciais, como saúde e educação. Entre os passivos mais críticos estão R$ 30 milhões em salários atrasados, R$ 1,5 milhão em contas de energia elétrica e um sistema de transporte escolar paralisado.
A situação é agravada por cobranças milionárias de fornecedores. A empresa responsável pela coleta de lixo reivindica R$ 234 mil em pagamentos atrasados. O Fundo de Previdência Social também enfrenta um déficit de R$ 1 milhão. Além disso, as estradas e pontes que conectam comunidades rurais e aldeias indígenas estão em condições precárias, dificultando o acesso a bens e serviços.
“Peço a ajuda dos homens de bem deste estado para que possamos reerguer Peixoto de Azevedo,” declarou Paulistinha. Ele enfatizou que a crise prejudica diretamente as populações mais vulneráveis, especialmente nos setores de educação e saúde. Durante a visita à capital, o prefeito buscou apoio do deputado Dilmar Dal Bosco e do governador Mauro Mendes para destravar recursos e iniciar a reestruturação municipal.
Apesar dos desafios, o prefeito comprometeu-se a implementar medidas rigorosas para equilibrar as contas públicas. “Não retirarei direitos dos servidores, mas adotarei uma gestão austera para devolver a dignidade à população de Peixoto de Azevedo,” afirmou. A comunidade local aguarda respostas concretas e soluções eficazes para superar o colapso financeiro e garantir o funcionamento pleno da administração pública.

De acordo com o IBGE, Peixoto de Azevedo possui cerca de 36 mil habitantes. Dados de 2023 apontam que a cidade registrou uma queda de 15% na arrecadação municipal nos últimos dois anos, refletindo o impacto da má gestão anterior.