O Tribunal de Justiça de Mato Grosso concedeu o alvará de soltura do médico veterinário, Anderson Francisco de Magalhães, 43 anos, acusado de matar a esposa, Ana Paula dos Santos Pereira Magalhães, 41 anos, com um tiro na cabeça, na frente da filha de 5 anos, em Cotriguaçu. Segundo a família da vítima, o Judiciário acatou a alegação da defesa de que o feminicida não oferece perigo para a sociedade.
O crime completa um ano no dia 2 de setembro. À reportagem, a cunhada da vítima, Leide de Oliveira, revelou que a família ficou sabendo da soltura do autor do feminicídio de Ana Paula por meio de conversas de amigos e conhecidos da vítima. Ela afirma que eles chegaram a entrar em contato com a Promotoria da Justiça, em Cotriguaçu, que negou que o suspeito estivesse em liberdade.
“Eles informaram que pelo processo ele continuava preso, ‘o caso foi grave, ele não foi solto’, e que não podíamos acreditar nas conversas paralelas”, disse.
Em seguida, ela ficou aliviada, mas posteriormente começou a receber informações que ele estava circulando na cidade tranquilamente, sendo que em uma das ocasiões, recebeu imagens dele em uma distribuidora ,no dia do jogo Flamengo, no último domingo (18).
Diante da situação, Leide procurou veículos de comunicação e postou nas redes sociais pedindo justiça. Momento em que a promotoria retornou e confirmou a soltura de Anderson.
Conforme ela, a defesa alegou que apesar do crime, Anderson contribuiu não fugindo e pedindo socorro, e que oferece perigo para a sociedade.
Além do sentimento de injustiça, Leide tem medo que Anderson vá atrás da filha, que está sob a guarda dela e do marido, que é irmão de Ana Paula.
“Nosso medo é que ele venha atrás, então hoje mesmo vamos entrar com o pedido de medida protetiva. É Muita insegurança, revolta. Nosso clamor é pelo julgamento, que até agora não tem previsão, que ele fique em regime fechado, que ele pague pelo que ele fez, que a justiça seja cumprida”, explicou.
A cunhada de Ana Paula ainda falou como a família se sente, vendo a Justiça do lado do assassino. “Não dá pra confiar na Justiça, não existe Justiça, tem todas evidências, provas em cima de provas, ele foi denunciado pelo MP, e mesmo assim eles acharam que ele não oferece perigo não dá pra acreditar na justiça em hipótese alguma”, lamentou.(Leia Agora/Eloany Nascimento)