A Polícia Civil deflagrou uma operação, nesta quarta-feira (7), após uma investigação apontar que uma empresa de obras de engenharia, preparação de terrenos, usinagem e solda, foi contratada por R$ 32 mil, com dispensa de licitação (sem concorrência), para realizar um concurso público para os cargos de assessor jurídico, auditor de controle interno e agente administrativo, em General Carneiro, a 449 km de Cuiabá.
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, sendo um deles na Câmara de General Carneiro e outro na casa do presidente da Câmara. Outros três mandados foram cumpridos em casa de pessoas suspeitas de terem sido beneficiadas pela fraude. Durante as buscas, celulares e computadores portáteis foram apreendidos.
Também foi cumprido um mandado de busca no endereço registrado da empresa em Lambari D’Oeste-MT. No entanto, os policiais constataram que o endereço era fictício, não encontrando qualquer evidência de operação da empresa no local.
O presidente da Câmara, Janderson Lauro (PL), foi preso em flagrante por posse irregular de uma arma de fogo, um revólver calibre .22, e teve fiança fixada em R$ 2 mil para responder em liberdade.
O g1 tenta contato com a Câmara de General Carneiro, com o presidente Janderson e com a empresa investigada Cavalcca Prestadora de Serviços.
Conforme a investigação da polícia, o edital do concurso foi publicado em 19 de março de 2024, com a homologação final ocorrendo em 28 de maio de 2024. O Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) da empresa que realizou o processo mostra que as principais atividades dela são relacionadas a obras, o que não corresponde aos requisitos típicos de uma organizadora de concursos.
No total, 26 policiais civis e seis viaturas foram mobilizados para a operação ‘Dolus’, nome escolhido pela polícia “para refletir a natureza enganosa do esquema investigado, destacando o esforço das autoridades”.
A partir de agora, a Polícia Civil informou que irá analisar o material apreendido para dar sequência às investigações de possíveis crimes de corrupção passiva, fraude em concurso público e contratação direta ou ilegal de empresas. As autoridades buscam ainda identificar o envolvimento de outras partes e garantir que os responsáveis.(G1)