A primeira-dama do Estado, Virginia Mendes, detonou a postura do deputado Hugo Garcia (Republicanos), que em entrevista, afirmou que mulheres usam medidas protetivas para extorquir os maridos. Ele é suplente do deputado Valmir Moretto (Republicanos).
De acordo com informações, Hugo Garcia já foi alvo de um pedido de medida protetiva ao ser denunciado pela ex-mulher por violência física e verbal. Em comunicado nas redes sociais, Virginia ressaltou que a luta das mulheres não pode ser minimizada ou deturpada em meio a inúmeros casos de violência registrados no país, classificando o posicionamento do parlamentar como “vergonhoso e absolutamente inaceitável”.
“Estou profundamente indignada com a postura do suplente de deputado estadual Hugo Garcia em relação às medidas protetivas destinadas às vítimas de violência doméstica […] ele faz um julgamento generalizado e injusto de todas as mulheres. Isso é inadmissível”, iniciou.
Virginia sinalizou que o deputado deveria agir como um aliado na defesa das mulheres e não poderia adotar uma postura tão “insensível” em um momento tão crítico, em que a violência doméstica e os feminicídios estão em níveis alarmantes.
“É essencial que a conduta dos candidatos a cargos eletivos seja rigorosamente analisada e o comportamento desse senhor é extremamente preocupante. Além de ocupar uma cadeira na Casa de Leis, ele carrega consigo um histórico de violência doméstica contra a ex-mulher. Suas palavras, deputado, não contribuem em nada para o debate. Para piorar, sua violação da Lei Seca é mais uma demonstração de um péssimo exemplo como cidadão”, emendou a primeira-dama.
Além da primeira-dama, a senadora Margareth Buzetti (PSD) também se manifestou nesta terça-feira (24). Autora do Pacote Antifeminicídio, que endurece às penas para violência contra mulher, ela questionou o parlamentar sobre qual o recado ele passa para a sociedade com o seu posicionamento.
“Assusta que, em um país que vive uma epidemia de feminicídios, com uma mulher morta a cada seis horas, a cabeça de muitos ainda funcione assim. Se houver uma denúncia falsa de agressão, que seja apurada. Agora, não podemos aceitar que pessoas, principalmente parlamentares, diminuam os mecanismos que as mulheres têm para defender as suas vidas”, destacou.(RDNews/Gabriel Rodrigues)