O governador Mauro Mendes (União) admitiu que tem dialogado com deputados sobre a composição da nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, que será responsável pelo biênio 2025/2026. No entanto, negou que exista interferência na escolha dos cargos.
Em conversa com a imprensa, na segunda-feira (29), Mendes foi questionado se houve “pressão” do Palácio Paiaguás para escolher quem ficaria com a função de primeiro-secretário, responsável pelo orçamento de R$ 800 milhões da Casa de Leis.
“O Governo não trabalha com essa premissa [de pressão por cargo]. Agora, nós dialogamos. E eu, como governador e cidadão, tenho o direito de ter as minhas opiniões. Mas a Assembleia é livre para tomar as suas decisões”, afirmou.
A deputada Janaina Riva (MDB) era cotada para assumir o orçamento da Assembleia, mas desistiu da disputa na última semana. Outro que almeja a função é o deputado Beto Dois a Um (União), que teria o respaldo do Governo.
Mendes, no entanto, negou uma interferência direta pelo cargo: “Lenda urbana”. E ainda disse que não teve aversão ao nome de Janaina. “São comentários de bastidores”.
Martelo batido
Novos contornos para o cargo aconteceram após o pai de Janaina, o ex-deputado estadual José Riva, provocar o governador ao dizer que sua filha poderia ir para oposição caso houvesse interferência direta do Palácio Paiaguás.
Mendes, então, retrucou o ex-parlamentar: “O Riva acha que ainda manda em Mato Grosso, como mandou durante 20 anos”. Na mesma semana, Janaina recuou da candidatura e abriu espaço para o deputado estadual João José (MDB).
Questionado se haveria algum oposição ao nome do médico para a vaga, Mendes citou a independência dos poderes.
“Não posso ficar aqui escolhendo se será a, b ou C. Posso ter as minhas opiniões, mas a decisão é livre da maioria dos parlamentares”, resumiu.
A eleição da Mesa Diretora será feita no próximo dia 7 de agosto, uma quarta-feira, por meio de inscrição de uma chapa única com dez cargos.(Mídia News/Cíntia Borges e Enzo Tres)