O governador Mauro Mendes (União) afirmou que o pacote fiscal foi anunciado pelo Governo Federal em um “momento ruim da trajetória do país”.
“Eu acompanhei, como talvez muitos aqui, muitos brasileiros, um momento ruim da trajetória desse país, quando nosso Governo Federal numa tentativa valorosa de arrumar as contas públicas federais, mas ao final do dia, a percepção de muitos brasileiros, a percepção de muitos daqueles que têm muito poder influenciar no rumo da nossa economia, foi uma percepção negativa”, disse Mauro.
“Os juros já estão projetados para chegar 14%, 14,5% no ano que vem. A inflação começa a bater a volta de todos nós e eu só digo isso aqui nesse momento para ressaltar o quanto é importante um governante ser sério, ter capacidade, ter lealdade e tomar decisões corretas. Porque um erro de um governante, quem paga o preço, lamentavelmente é a população que ele diz representar”, emendou o governador.
No último dia 27, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou as medidas que incluem a limitação do crescimento do salário mínimo, a redução do número de pessoas com direito ao abono salarial e a mudança nos benefícios dos militares. A ideia é que as medidas ajudem o Executivo Federal a economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos.
Simultaneamente, foi anunciada a isenção do Imposto de Renda para pessoas que recebem até R$ 5 mil mensais – cerca de 20 milhões de brasileiros -, e o aumento em 10% do imposto pago por quem ganha a partir de R$ 50 mil por mês – algo como 100 mil pessoas.
Conforme o governador Mauro Mendes (União), o corte de receitas proposto vai fazer Mato Grosso perder cerca de R$ 700 milhões por ano.
“O Brasil inteiro acompanhou, muitos aqui acompanharam esse episódio aí do Governo Federal que tem falado. Ficou um mês falando que ía cortar gastos, reuniões e mais reuniões para cortar gastos e o primeiro anúncio que fez foi de corte de receita. Cortou receitas, inclusive do Estado de Mato Grosso. Com aquela mudança na faixa do Imposto de Renda, Mato Grosso vai perder, quando implantar, em torno de R$ 700 milhões por ano”, disse Mauro em evento posterior realizado na mesma data, no Palácio Paiaguás.
Na Câmara, foi aprovado na última quarta-feira (4) o regime de urgência para dois projetos do pacote de corte de gastos apresentado pelo governo para cumprir a meta fiscal. Com a decisão, as propostas terão a análise acelerada e não precisarão ser votadas nas comissões temáticas. No Senado, ele deverá tramitar na sequência e ser aprovado até o dia 22 de dezembro, último antes do início do recesso parlamentar.(Repórter MT/Aparecido Carmo)