A recente reeleição de Nicolás Maduro para seu terceiro mandato como presidente da Venezuela repercute em todo o mundo pelas suspeitas de fraude. Para o senador Jayme Campos (UB-MT), o Brasil não pode reconhecer a legitimidade das eleições venezuelanas, em respeito ao princípio da democracia. Os comentários foram feitos na manhã desta terça-feira, 30 de julho, em conversa com jornalistas.
“O Congresso Nacional, o Poder Executivo e o próprio Legislativo não pode aceitar o resultado que toda a sociedade venezuelana e o mundo inteiro está dizendo que foi fraudado. […] nós, com certeza, o Congresso Nacional e toda a sociedade brasileira [temos que] rejeitar essa imposição, esse governo ditatorial”, afirmou o senador.
Enquanto chefe de Estado, o presidente Lula precisa se manifestar sobre o assunto e esse posicionamento, espera-se, tem caráter técnico. Acontece que seu partido, o PT, é grande entusiasta do ditador venezuelano e, inclusive, já reconheceu sua vitória. Até o momento, o presidente permanece calado sobre o assunto.
Para Jayme, não se trata apenas de reconhecer a suposta fraude no sistema eleitoral da Venezuela, mas de o presidente Lula verdadeiramente romper os laços com Nicolás Maduro.
“Eu acho que sim [Lula romper com Maduro]. É impossível conviver com um governo que não respeita o povo. Quem não respeita o povo não tem direito de ser, com certeza, o seu dirigente e fazer um governo que certamente representa as aspirações de uma população”, comentou.
As eleições na Venezuela foram realizadas no último domingo, 28. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Nicolás Maduro reeleito com 51,21% dos votos. Segundo o órgão, o candidato Edmundo González Urrutia teve 44,2% dos votos.
O resultado não foi reconhecido pela oposição, que alega ter vencido em todos os estados do país. Protestos contra o regime de Maduro se espalharam pelo país e já deixaram uma pessoa morta e quase 50 detidos.(Estadão Mato Grosso – Tarley Carvalho/Fernanda Leite | Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)