Encontro muitos indivíduos, em vários lugares, como também vários estudantes que reclamam que estudam bastante, fazem exercícios, mas têm muita dificuldade de reter as informações estudadas. Alguns dizem que a sua memória está fraca e que deve ser porque estão envelhecendo.
O processo de memorização é algo muito importante para que consigamos reter todos os dados e informações os quais aprendemos durante o dia.
Segundo estudiosos em técnicas de memorização, escrever à mão num papel já é considerado uma técnica para memorizar rapidamente, ao invés de o indivíduo digitar o conteúdo no computador. A outra técnica que é eficiente no processo de memorização é ler livros ou apostilas em meio físico ou papéis, do que em celular, tablet ou computador.
No livro “Inteligência em concursos”, o autor escreve a forma ideal para se reter os dados e informações, com base em um aprendizado verdadeiro. Vejamos: “O cérebro, portanto, não armazena dados; ele armazena os percursos que permitem recriar os dados! Aprender é aprender para sempre, e não apenas para o dia seguinte.
Lembre-se: quem tem sucesso em um concurso é quem aprende de verdade, não quem finge que aprendeu e esquece logo depois – como era, infelizmente, admitido na escola. O ciclo de aprendizagem vai de sono a sono. O caminho correto é administrar a reduzida capacidade diária que seu cérebro tem de transformar informação em conhecimento. Aprender para sempre. Estudar poucas horas por dia e não acumulado com muitas horas, como uma revisão. Ouço a mãe dele gritando: ‘Filho, desliga esse videogame e vai estudar: você tem prova amanhã!’. Quando deveria ter dito: ‘Desliga isso aí e vá estudar: você teve aula hoje!’.
O truque não é estudar para passar, mas estudar para aprender. Estudar para aprender significa estudar POUCO, mas todo dia! No sistema límbico, é como se tivéssemos uma memória RAM (pequena e transitória), e no córtex, um HD. Assim como no computador eletrônico, a parte ‘viva’, a que está no controle, é justamente a RAM, e o HD é utilizado apenas para ‘consultas’. Enquanto você estiver acordado, todas as informações são colocadas, de forma instável e precária, na RAM, e durante o sono elas poderão (ou NÃO!) ser salvas no HD. Se antes do sono o assunto referente às informações for ESTUDADO, a chance de ser ‘salvo’ aumenta consideravelmente.
Por isso, por exemplo, não adianta nada assistir às aulas no período noturno e deixar o estudo para o dia seguinte, ou, pior ainda, para o fim de semana. A arquitetura do cérebro faz com que a parte menos inteligente e menos informada esteja no controle (na RAM), e a parte mais inteligente fique nas sombras (no HD), naquilo que Freud batizou de subconsciente”.
O autor do livro supracitado ainda informa: “A sequência de operações mentais às quais o cérebro deve ser submetido consta de três etapas: obter informação, estudar para aprender e dormir para fixar. Deixe de ser estudante e se torne professor. Deixe de ser leitor e se torne autor. Pare de aprender e comece a ensinar. Traduzindo: crie suas próprias apostilas, suas pseudocolas! A colagem definitiva só vai ocorrer quando a rede neural preexistente se conectar aos neurônios que criaram novas ramificações. E não só isso: as conexões (sinapses) entre os novos dendritos e os neurônios originais precisam ser treinadas.
– Quando? – você pergunta, preocupado com mais tarefas a serem executadas. Calma! A próxima tarefa não requer esforço (pelo menos consciente). Mas não se preocupe: o cérebro sozinho cuida disso. Toda trabalheira adicional acontece durante o sono. É durante o sono – mais precisamente durante os sonhos que ocorrem no sono REM (Rapid Eye Movement) – que as redes neurais realizam as reconfigurações, daí resultando a aprendizagem permanente, a fixação. Aprendizagem verdadeira obedece ao ritmo circadiano (24 horas). O processo vai de sono a sono. No processo de aprendizagem, não dá para deixar para amanhã!”
É de se destacar que o nosso cérebro aprende e memoriza com analogias e comparações da vida cotidiana que fazemos e, quanto mais absurda for a comparação, mais haverá impacto da nossa memória e uma maior absorção da informação.
Enfim, Deus dotou todo ser humano de capacidade para processar dados e informações, como também de retê-las por intermédio da memória, independentemente de idade, sexo, criação etc. É como em uma atividade física: quanto mais utilizamos os nossos músculos, melhores eles serão. Com o cérebro, a lógica é a mesma.
Francisney Liberato é auditor do Tribunal de Contas.