Vídeos mostram o passo a passo de Romero Xavier, ex-marido de Raquel Cattani, que foi assassinada pelo ex-cunhado, a mando de Romero, em julho deste ano, em Nova Mutum, a 269 km de Cuiabá.(Vídeo logo abaixo)
Ao longo do dia do crime, Romero almoçou com o ex-sogro, o deputado estadual Gilberto Cattani (PL) e, durante a tarde, se reuniu com algumas pessoas com quem nem tinha muita convivência para beber e assar carne. Conforme as investigações, Romero ainda levou o irmão, Rodrigo Xavier, no próprio carro para Nova Mutum e o deixou escondido nas proximidades da propriedade rural da vítima, enquanto ele curtia o dia.
Já no fim do dia, Romero levou os dois filhos do casal para cidade vizinha Tapurah, a fim de criar o álibi e afastá-los do crime planejado. No período da noite, deixou as crianças com a mãe dele e foi a três boates em Tapurah para reforçar o álibi de que estaria na cidade e, assim, não seria considerado suspeito.
A jovem, de 26 anos, foi morta a com cerca de 30 facadas. O corpo foi achado na manhã do dia seguinte pela própria mãe, em um dos quartos da casa onde morava. Durante a apuração da polícia no local, Romero Xavier se apresentou e foi ouvido, mas a investigação preliminar descartou uma possível participação dele no assassinato.
De acordo com o delegado Guilherme Pompeo, durante as investigações, a polícia ouviu mais de 150 pessoas e teve acesso a várias imagens para entender a dinâmica do crime. Na véspera do assassinato, Romero avisou o irmão Rodrigo sobre “um serviço” que, segundo o delegado, era um ato de dissimulação que, na verdade, era encomenda do crime.
A casa onde Raquel Cattani foi assassinada, filha do deputado estadual Gilberto Cattani, ficou revirada. De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SESP-MT), a casa tinha sinais de violência, como uma televisão quebrada. Uma moto e um celular de Raquel também foram levados do local. A cena foi montada para parecer que foi um crime patrimonial.
O ex-marido de Raquel, Romero Xavier, durante o velório — Foto: Luísa Câmara
O ex-marido de Raquel permaneceu ao lado do caixão com o pai de Raquel, o deputado estadual Gilberto Cattani. Segundo a polícia, tudo foi para tentar desviar as investigações.
Romero e Rodrigo estão presos desde o dia 24 de julho. A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público pelo crime de homicídio triplamente qualificado: por feminicídio, emboscada e promessa de recompensa.
Os irmãos não têm advogados de defesa e, até o momento, a Defensoria Pública não foi designada para o caso.
Entenda o caso
Raquel Cattani, de 26 anos, filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), foi encontrada morta no dia de julho deste ano, na região do Pontal do Marape, em Nova Mutum, a 269 km de Cuiabá. Ela era empreendedora e atuava na produção de queijos artesanais em Nova Mutum.
Vizinhos relataram à polícia que Romero mantinha um comportamento possessivo e não aceitava o término da relação com a vítima. O delegado também disse que um dos pontos investigados foi que Romero, até antes do término da relação, se mantinha distante do irmão. Contudo, após o fim do casamento, ambos passaram a se encontrar e trocar mensagens.
Na sequência das diligências, o delegado de Nova Mutum tentou contato com Rodrigo, para fosse ouvido pela Polícia Civil, mas o suspeito se esquivou por várias vezes e apresentou inconsistências em sua versão, dizendo que estava morando em uma fazenda. Já nesta quarta-feira, ele e o irmãos foram presos.
De acordo com o coronel da PM, a vítima foi achada dentro de um dos quartos da casa onde vivia. O deputado estadual Gilberto Cattani e a esposa vivem em uma fazenda a cerca de 2 km de distância da propriedade onde a filha morava.
A empresária deixou um casal de filhos, sendo um menino de 6 anos e uma menina de 3 anos.
Por Ianara Garcia, Carla Salentim, TV Centro América/G1