O pedreiro Antônio Gomes da Silva, réu confesso do assassinato do advogado Roberto Zampieri, revelou estar recebendo ameaças dentro da prisão. Ele está recolhido na Penitenciária Central do Estado (PCE).
A denúncia foi feita em setembro ao Ministério Público Estadual (MPE) por meio de uma carta de próprio punho, mas só veio à tona agora.
Isso porque o MPE determinou o encaminhamento do caso à Procuradoria-Geral da República (PGR), após decisão do ministro Cristiano Zanim determinando que as ações referentes à morte do advogado passem a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na carta, o pedreiro informou que as ameaças foram feitas por intermédio do advogado J.R.C.J., que estaria agindo a mando de M.J.B., suposto funcionário do fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, apontado como mandante do crime.
Ainda segundo Antônio, as ameças ocorreram antes do seu interrogatório em juízo, em julho. Ela relatou que deixou de relatar tais fatos na audiência por temer por sua vida e de seus familiares, e que o faria apenas quando do júri popular.
Também afirmou que apenas teve coragem de mencionar o ocorrido após a troca de advogados.
“Com efeito, os fatos trazidos a lume são graves e importantes para o deslinde dos fatos objeto da ação penal em curso, bem como do IP complementar mencionados, demandando, inclusive, a possibilidade de se aventar nova inquirição do denunciado Antônio Gomes da Silva em ambos os procedimentos, além de outras diligências pertinentes”, informou o MPE.
“Ante o exposto, determinamos a remessa de cópia integral (…) ao Excelentíssimo Procurador-Geral da República para conhecimento e providências que entender pertinentes”.
Além de Antônio, são réus pelo assassinato o coronel reformado do Exército Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, apontado como financiador, e Hedilerson Fialho Martins Barbosa, suspeito de ser o intermediador.
Aníbal responde a um processo separado e cumpre apenas medidas cautelares.
O crime
Zampieri foi assassinado no dia 5 de dezembro de 2023 em frente de seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.
Ele havia acabado de sair do escritório e entrado em seu Fiat Toro, quando foi atingido por dez disparos de pistola.(Mídia News/THAIZA ASSUNÇÃO)