“Vereador Wender agiu rápido e o acusado foi detido. Caso de violência contra cachorro reacende um alerta das autoridades sobre punições mais rígidas para crimes de maus-tratos.”
Eraldo de Freitas
Da Redação
Um caso de extrema crueldade contra animais mobilizou a população de Várzea Grande e levou à prisão de um homem de 55 anos na tarde de sábado (27/09). O episódio ocorreu no Bairro Vila Operária, onde moradores denunciaram que o suspeito matou um cachorro a pauladas e arrastou o corpo do animal até deixá-lo na beira de uma estrada. O vereador Wender Madureira (PSD), conhecido por sua atuação na Causa Animal, recebeu o alerta e acionou a Guarda Municipal, que rapidamente localizou o suposto autor e realizou a sua detenção com eficiência.
Testemunhas descreveram a brutalidade do ato e repassaram as características do agressor às autoridades. Em patrulhamento, a Guarda Municipal localizou o homem próximo a um supermercado no Bairro 15 de Maio. Ao perceber a aproximação, ele tentou fugir em uma bicicleta, mas acabou preso em flagrante e levado à Central de Flagrantes para os procedimentos legais.
Após a prisão, novas denúncias surgiram e ampliaram a gravidade do caso. Moradores informaram que o mesmo indivíduo já havia atacado outro cachorro anteriormente, jogando água fervente sobre o animal e causando uma lesão severa. O vereador Madureira anunciou que pretende registrar uma nova ocorrência para incluir esses relatos no inquérito.
A comoção tomou conta de quem acompanhou o caso. Visivelmente emocionado, Madureira declarou que não irá tolerar tamanha violência em sua cidade. “Fomos atrás de um crime e descobrimos outro. Não vamos permitir atos de crueldade contra os animais em Várzea Grande”, afirmou o parlamentar, que tem ampliado seu protagonismo na pauta de defesa animal.
A ação também destacou a importância da cooperação entre comunidade e autoridades locais. Moradores denunciaram, o Legislativo intermediou e a Guarda Municipal executou a detenção, mostrando que o combate à violência contra animais depende da mobilização conjunta da sociedade.
Especialistas em direito ambiental lembram que maus-tratos a animais são crime previsto na Lei de Crimes Ambientais (9.605/98), com pena que pode chegar a cinco anos de prisão. Nos últimos anos, a legislação brasileira foi endurecida, mas a efetividade das punições ainda depende da atuação rigorosa da polícia e do Judiciário.
Dados recentes do Instituto Pet Brasil indicam que o país tem mais de 185 milhões de animais de estimação, entre cães, gatos e outros. Com tamanha presença nos lares, a violência contra animais torna-se questão de saúde pública e de segurança. Relatório da Delegacia Especializada do Meio Ambiente de Mato Grosso aponta que Várzea Grande registrou, apenas em 2024, 312 denúncias de maus-tratos, alta de 18% em relação ao ano anterior. A prisão ocorrida neste fim de semana representa não apenas uma resposta pontual, mas também um sinal de que a sociedade exige maior rigor no combate à crueldade.
Matar um cão no Brasil, fere o artigo 32 da Lei nº 9.605/98 com a alteração da Lei nº 14.064/2020, é um crime de maus-tratos com pena de reclusão de 2 a 5 anos, mais multa e proibição da guarda do animal. Se a morte ocorrer, a pena pode ser aumentada em 1/3. Além da esfera penal, o infrator também responde administrativamente.
