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Mulheres superam desafios e se formam em programação com apoio do Governo

Da Redação
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No Brasil, apenas 20% dos profissionais de tecnologia são mulheres. Foto: João Reis | Setasc-MT
Última atualização: 03/08/2025 19:56

Da Redação

Dezesseis mulheres em situação de vulnerabilidade social concluíram, neste sábado (02/08), um curso de programação ofertado pelo projeto Talento na Nuvem, iniciativa promovida pelo Governo de Mato Grosso por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc). A formação é parte integrante do programa SER Família Mulher, idealizado pela primeira-dama Virginia Mendes, com o propósito de garantir inclusão produtiva e ampliar o acesso ao mercado de trabalho na área de tecnologia.

A cerimônia de certificação ocorreu em Cuiabá e celebrou a conclusão de uma jornada de capacitação realizada em parceria com a Nexa, a Amazon Web Services (AWS) e a Proz Educação. A proposta é desenvolver competências técnicas em computação em nuvem, promover autonomia financeira e oferecer ferramentas concretas para o reingresso profissional, especialmente de mulheres chefes de família e em contextos de risco social.

Ao destacar a importância da iniciativa, a primeira-dama Virginia Mendes afirmou que a qualificação profissional vai além da formação técnica. “Essa é uma conquista que representa liberdade, dignidade e novos começos. Quando Estado e iniciativa privada se unem, conseguimos não só formar profissionais, mas transformar vidas e devolver perspectivas”, declarou. Para viabilizar a permanência das alunas no curso, foram oferecidos auxílio-transporte, alimentação e, como gesto de solidariedade, servidoras voluntárias da Setasc se revezaram no cuidado com os filhos das participantes.

Com carga horária distribuída entre os módulos “Introdução ao Mundo Digital” e “Talento Cloud Pro”, a formação foi conduzida pela Proz Educação e abordou desde noções básicas de informática até os fundamentos da computação em nuvem com ênfase nos serviços AWS. Além do conteúdo técnico, o curso trabalhou habilidades como resiliência, pensamento analítico e desenvolvimento pessoal, preparando as participantes para os desafios do mercado digital contemporâneo.

A gerente de Comunicação Externa e Relações Institucionais da Nexa, Sharon Treiguer, comemorou o êxito da ação e reafirmou o compromisso da empresa com a equidade de gênero. “A inclusão feminina é um dos nossos pilares. Em nossa unidade em Aripuanã, no noroeste de Mato Grosso, temos mulheres ocupando os mais diversos cargos, inclusive na mineração. Apoiar esse projeto é ampliar horizontes e romper barreiras”, pontuou.

Entre as formandas, histórias de superação como a de Josenice Rodrigues, mãe de cinco filhos, reforçam o impacto social da capacitação. “Sonhava com a área digital, mas não sabia por onde começar. Hoje, me sinto preparada para empreender e mostrar aos meus filhos que é possível mudar de vida. Essa oportunidade trouxe conhecimento, autoestima e propósito”, relatou, emocionada. Também mãe jovem, Maria Eduarda Pereira, de 22 anos, destacou a estrutura de acolhimento do curso como fator decisivo para sua permanência. “Não tenho rede de apoio, mas aqui encontrei suporte, aprendizado e motivação. Já estou desenvolvendo sites e me vejo atuando na área”, afirmou.

O secretário de Assistência Social e Cidadania, Klebson Gomes, ressaltou que o projeto não apenas entrega qualificação, mas rompe ciclos de exclusão. “Essas mulheres saem daqui com ferramentas práticas, um notebook para iniciar seus projetos e uma rede de empregabilidade articulada pela Nexa e AWS. É uma política pública estruturada, com metas reais e transformadoras”, reforçou.

Dados recentes da pesquisa TIC Domicílios 2023, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), mostram que 90% dos brasileiros já são usuários de internet, mas a inclusão digital de mulheres em situação de vulnerabilidade ainda é um desafio. No Brasil, apenas 20% dos profissionais de tecnologia são mulheres, segundo levantamento do IBGE e da Brasscom. Iniciativas como o Talento na Nuvem contribuem diretamente para reduzir essa desigualdade e inserir mulheres em setores estratégicos da economia digital.

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