O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central divulgou nesta terça-feira (4) a ata da reunião da semana passada, quando aumentou em 1 ponto percentual a taxa de juros. A decisão foi unânime e contou com o apoio de Gabriel Galípolo, novo presidente da autoridade monetária. “ [O comitê] entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, afirmou o documento,
Ainda na ata, o Copom afirmou que pode promover uma nova alta de 1 ponto percentual na próxima reunião, marcada para março. “Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião”, diz a ata. Caso isso aconteça, a Selic subiria para 14,25% ao ano.
O Copom também reforma o “firme compromisso” de convergência da inflação à meta. “[O compromisso] dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, alertou a autoridade monetária”, disse o comitê.
Análise do cenário econômico
Entre os pontos analisados pelo grupo, estão a atual conjuntura econômica e política nos Estados Unidos. No entendimento do Copom, o cenário gera mais dúvidas sobre uma possível desaceleração e desinflação no país norte-americano.
Além disso, os principais bancos centrais permanecem, segundo o BC, determinados a promover a convergência das taxas de inflação para suas metas. “O Comitê avalia que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes.”
No âmbito nacional, os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho têm apresentado dinamismo.
Inflação
O Comitê chama a atenção para que a inflação brasileira ficou acima da meta e ainda cresce nas divulgações mais recentes. As expectativas de inflação para 2025 e 2026, apuradas pela pesquisa Focus, aumentaram de forma relevante e situam-se em 5,5% e 4,2%, respectivamente.
Última reunião
Em um comunicado liberado logo após o término da reunião, no dia 29 de janeiro, o comitê explicou que a decisão está alinhada com a estratégia de reduzir a inflação para um nível próximo da meta estabelecida para o terceiro trimestre de 2026, que é de 4%. A inflação oficial do país fechou 2024 em 4,83%.
“O cenário mais recente é marcado pela desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista”, ressaltou o Copom.(R7 – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)