A parametrização dos sistemas em saúde digital para o atendimento de ponta, por meio da utilização dos prontuários médicos eletrônicos, serviços de telessaúde, teleconsulta e telemedicina, aplicativos para atendimento online, além de ferramentas de análise de dados que permitem o diagnóstico e o tratamento adequados, foi debatida nesta terça-feira (24) na série Colóquios Ministeriais, que abordou o tema “Saúde Digital em Mato Grosso”.
Na abertura do encontro, o coordenador do CAO Defesa da Saúde, promotor de Justiça Milton Mattos da Silveira Neto lembrou que as informações do programa estadual Saúde Digital MT podem facilitar a atuação do Ministério Público e otimizar o acesso aos dados, tendo em vista a abrangência do sistema. “Essa ferramenta é importantíssima para sanar a falta de profissionais especialistas em saúde, principalmente no interior do estado. É importante ampliar esse acesso para que 100% dos municípios façam adesão ao sistema de saúde digital”, afirmou.
De acordo com o coordenador adjunto do CAO Defesa da Saúde, promotor de Justiça Thiago Scarpellini, o debate teve como objetivo deliberar sobre a ampliação dos acessos aos serviços oferecidos à população em saúde digital, agilizando o fluxo assistencial ao paciente. “Precisamos de mecanismos para que o paciente seja atendido com qualidade. Devido à dificuldade de acesso a médicos especialistas, o trabalho de uma rede integrada para o atendimento das demandas se faz necessário”, destacou.
O presidente da Comissão de Saúde do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Guilherme Maluf, defendeu que seja estabelecido um plano de ação com a finalidade de monitorar a maturidade da infraestrutura digital para atender a saúde digital nos municípios. “Considero a saúde digital de suma importância na construção de políticas públicas, principalmente na Atenção Primária à Saúde (APS). A partir dessa iniciativa do Ministério Público, precisamos construir uma força-tarefa para que tenhamos um processo digital unificado”, disse.
O presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso (Cosems/MT), Flávio Alexandre dos Santos, pontuou: “Temos um vazio sanitário, dada a questão territorial, para garantir a equidade dos serviços em saúde. Temos um atraso muito grande do protocolo ao diagnóstico e precisamos diminuir o tempo de espera para o tratamento adequado.”
A saúde digital já é uma realidade em Mato Grosso, com investimentos contínuos em tecnologia, infraestrutura e capacitação. O impacto é positivo, na avaliação do gestor do Núcleo de Telessaúde e Saúde Digital, Gonçalo Cristiano de Moura. Segundo ele, dos 141 municípios do Estado de Mato Grosso, cerca de 110 já assinaram o termo de adesão ao programa “Saúde Digital MT”. “O estado pode se tornar um modelo de inovação em saúde no Brasil. Desse total, 60 municípios já foram capacitados para o uso dos serviços das ferramentas de telessaúde”, afirmou.