O deputado federal José Medeiros (PL) questionou a delação premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e classificou o depoimento como uma grande farsa e perseguição política. Para Medeiros, enquanto as acusações contra o ex-presidente Bolsonaro são “hipervalorizadas”, graves delações contra figuras da esquerda são ignoradas.
“Agora há um grande alarde em torno dessa delação do Cid, mas quando um publicitário envolvido no mensalão declarou em depoimento ao Ministério Público de São Paulo que Lula foi o mandante do assassinato de Celso Daniel, ninguém deu bola. Se fosse Bolsonaro o acusado, já estariam pedindo sua prisão”, criticou Medeiros, relembrando a delação do operador do Mensalão, Marcos Valério, que acusou Lula de envolvimento no assassinato do então prefeito de Santo André (SP) em 2002.
O parlamentar destacou que as notícias sobre a delação indicam que Cid depôs sob forte pressão. Que antes do interrogatório, o ministro Alexandre de Moraes fez ameaças sobre a possibilidade de revogação da colaboração, da continuidade das investigações contra seus familiares e até de sua prisão.
“A verdade é que o tribunal queria que ele dissesse o que consideram a verdade. Em março do ano passado, em um áudio de desabafo que acabou vazando, Cid relatava que os investigadores não queriam saber a verdade e que estavam apenas confirmando uma narrativa pronta. Esse é o tipo de condução das investigações que envolvem o presidente Bolsonaro”, criticou o deputado.
Medeiros avalia que o Brasil vive uma verdadeira inversão de valores, em que pessoas acusadas com provas são colocadas em liberdade, enquanto aqueles que não cometeram crimes são condenados e presos.
“O PT passou anos dizendo que as denúncias contra seus aliados eram falsas, mesmo quando havia dinheiro devolvido. Agora querem nos convencer de que essa delação, feita sob pressão, é verdadeira. Eles já espalharam que Bolsonaro conspirou para matar Lula, para matar Alckmin… Gente, vamos lá, né? Isso é forçar a barra demais!”, afirmou.