Dilmar Dal Bosco destaca diálogo com oposição e repudia radicalismo político
ERALDO DE FREITAS
Em sessão na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Dilmar Dal Bosco (União Brasil), líder do governo Mauro Mendes, utilizou a tribuna para reiterar sua defesa intransigente do direito à propriedade privada. Em sua fala, ele se posicionou veementemente contra propostas de expropriação de terras, classificando-as como radicais e incompatíveis com a realidade do produtor rural. A manifestação ocorreu durante discussão sobre uma moção de repúdio contra o governador Mauro Mendes, proposta por parlamentares da oposição.
Dal Bosco destacou que sempre atuou de forma conciliadora dentro do Parlamento, mantendo diálogo com parlamentares de diferentes ideologias. “Fui ao aniversário do deputado Valdir Barranco, como também do Lúdio Cabral, e sempre tive respeito pelo Wilson Santos”, afirmou, pontuando que sua atuação se baseia em diálogo e não em enfrentamentos. O deputado condenou o uso político de moções de repúdio que, segundo ele, ignoram o esforço fiscal do governo e os investimentos feitos no interior, como os mais de R$ 300 milhões destinados ao município de Sinop.
Durante sua fala, o parlamentar criticou a condução de políticas ambientais federais, ressaltando que o Código Florestal Brasileiro, como está, impõe pesados ônus aos produtores que regularizaram suas terras. Para ele, o Congresso Nacional precisa rever urgentemente esse marco legal, que, segundo disse, transformou o Cadastro Ambiental Rural (CAR) em instrumento punitivo. “Aquilo que deveria ser um cadastro virou uma ferramenta de criminalização da agricultura”, afirmou.
Dal Bosco também mencionou os desafios enfrentados por produtores rurais desde os anos 70, citando seu próprio pai, Abel Dal Bosco, como exemplo de pioneiro que veio integrar a fronteira agrícola do Estado. “A FUNAI exigia abertura de áreas sob pena de multa por malária; hoje, essas mesmas áreas são consideradas passivos ambientais”, lamentou. Ele argumenta que o histórico da ocupação agrícola precisa ser considerado nas decisões do Legislativo e do Judiciário.
Além da defesa da suinocultura e dos frigoríficos de Sinop, o deputado reiterou seu apoio às ações do governo estadual em prol da industrialização do agronegócio, como os incentivos ao etanol de milho. Para ele, os avanços nesse setor são incompatíveis com a retórica de repúdio ao governo. “Repudiar é negar os avanços que Mato Grosso conquistou, é ir contra a história do desenvolvimento regional”, pontuou.
Dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostram que mais de 82% das propriedades rurais brasileiras pertencem à agricultura familiar. Dessas, cerca de 70% enfrentam algum tipo de pendência no Cadastro Ambiental Rural (CAR), criando uma insegurança jurídica que compromete o planejamento da produção e o acesso ao crédito. A fala de Dal Bosco, nesse contexto, reflete uma preocupação crescente com os impactos do marco legal ambiental sobre o futuro do setor agrícola nacional.