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Carta de intenções abre nova era para créditos de carbono em Mato Grosso

Da Redação
9 minutos de leitura
''Durante a COP30 em Belém (PA), a secretária Mauren Lazzaretti e a equipe da Emergent formalizam a carta de intenções que marca o compromisso climático do Estado de Mato Grosso"
Última atualização: 11/11/2025 18:38

…O estado firma carta de intenções com a empresa Emergent durante a COP30 para credenciar créditos de carbono e avançar em políticas florestais sustentáveis”

Eraldo de Freitas
Da Editoria |

O Estado de Mato Grosso assinou nesta terça-feira (11/11), em Belém (PA), no segundo dia da COP30, uma carta de intenções com a empresa Emergent para estruturar um acordo de financiamento climático por meio de créditos de carbono jurisdicionais de alta integridade. O documento foi firmado entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso e a Emergent, e visa inserir o estado no escopo da Coalizão LEAF, iniciativa internacional público-privada que reúne governos e corporações para estimular mercados voluntários de carbono. A ação ocorre em um contexto de crescente pressão global por commodities livres de desmatamento e busca combinar conservação florestal com produção agrícola sustentável.

No entendimento do governo estadual, essa iniciativa representa uma convergência entre meio ambiente e competitividade. Ao assinar o compromisso, Mato Grosso compromete-se a desenvolver governança, estrutura técnica e institucional para viabilizar a futura comercialização de reduções de emissões por desmatamento e degradação (REDD+) jurisdicionais. A secretária Mauren Lazzaretti ressaltou que a carta “não define preço nem constitui contrato vinculativo”, enfatizando que apenas após validação, verificação e certificação pelo padrão TREES da ART será possível efetivar transações.

Estando entre os principais produtores agrícolas do país e localizado em zona de transição entre os biomas Amazônia e Cerrado, o estado assume papel estratégico no enfrentamento das mudanças climáticas brasileiras. A iniciativa busca atuar sobre dois vetores simultâneos: reduzir emissões por desmatamento e degradação florestal e fomentar cadeias de abastecimento compatíveis com a conservação. A proposta ganha dimensão ao combinar interesses agrícolas com agendas ambientais internacionais.

O modelo de financiamento por REDD+ jurisdicional adquire destaque crescente no Brasil, pois permite que estados com governança estruturada transformem seus esforços de conservação em ativos financeiros. Esse movimento, em Mato Grosso, sucede acordo semelhante firmado em 2024 com o Pará, que previa a compra de até 12 milhões de créditos de carbono florestal de alta integridade. A repetição desses pactos revela o interesse crescente de compradores internacionais em créditos de carbono certificados por padrões confiáveis.

Porém, ainda pesam os desafios estruturais. Embora o desmatamento tenha caído no estado — com redução de 32% entre agosto de 2023 e julho de 2024 na soma dos biomas Amazônia e Cerrado —, organizações ambientais alertam que cerca de 75% da supressão registrada ocorreu de modo ilegal, segundo relatório do Instituto Centro de Vida. Isso indica que a governança florestal ainda precisa evoluir para encerrar o ciclo de impunidade.

Com a carta, Mato Grosso declara que avançará para a negociação com a Coalizão LEAF apenas após cumprir etapas de validação, verificação independente e certificação do padrão TREES, além de definir preço e modelo de contrato vinculativo. A transação futura deverá garantir que os recursos cheguem às comunidades da linha de frente da floresta e financiem cadeias de suprimentos agrícolas livres de conversão, conforme previsto no compromisso.

Dados do Instituto Centro de Vida confirmam que entre agosto de 2023 e julho de 2024 o estado registrou 1.700 km² de floresta nativa suprimida nos biomas Amazônia e Cerrado — o que representa uma queda de 32% em comparação com o período anterior — e que aproximadamente três quartos desse total ocorreram de forma ilegal. Essa estatística reforça a urgência de converter intenções em contratos, sob pena de o potencial de financiamento climático permanecer inerte.



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Ciúme e violência causa mais um feminicídio brutal Jaciara MT

Última atualização: 27/06/2025 7:02 PM

Da Redação

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Foto: PMMT – “A Polícia Civil de Jaciara, com apoio da Delegacia de Alto Araguaia, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar, iniciou investigações com auxílio de imagens de câmeras de segurança e depoimentos, inclusive do filho da vítima. Por volta das 16h, o suspeito, de 47 anos, foi localizado e preso na BR‑364, entre Alto Garças e Alto Araguaia.”

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Última atualização: 27/06/2025 19:02

“Mesmo com a forte presença do Estado e das Forças de Seguranças empenhadas contra o fiminicídio em MT os índices não acentuam e nem se declina”

Eraldo de Freitas
Da Redação

Na madrugada de 27 de junho, em Jaciara (MT), o ex-namorado de Andreia Ferreira de Souza a esfaqueou dentro de casa no Bairro Leblon. Apesar de ter sido socorrida e levada ao Hospital Municipal, ela não resistiu aos ferimentos, em mais um crime motivado por ciúme que exige atenção urgente ao feminicídio doméstico.

A Polícia Civil de Jaciara, com apoio da Delegacia de Alto Araguaia, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar, iniciou investigações com auxílio de imagens de câmeras de segurança e depoimentos, inclusive do filho da vítima. Por volta das 16h, o suspeito, de 47 anos, foi localizado e preso na BR‑364, entre Alto Garças e Alto Araguaia.

Segundo o delegado José Ramon Leite, o autor confessou que agiu por ciúmes ao ver Andreia acompanhada de outro homem. Esse homem também foi ferido, mas os golpes foram leves e dispensou atendimento médico. O suspeito será interrogado pela delegada Michele Castro Reis, à frente do Núcleo de Defesa da Mulher em Jaciara.

Este crime reforça padrões recorrentes no Brasil: o feminicídio persiste como uma das principais formas de violência contra mulheres, especialmente motivada por emoções possessivas. Apesar de tipificado desde 2015, os casos continuam a ocorrer dentro de relações sentimentais.

Com leis mais firmes e campanhas públicas, muito ainda precisa ser feito na prevenção. Muitos casos, como o de Andreia, não são antecedidos por denúncias ou pedidos de medidas protetivas, mantendo o ciclo de violência invisível até seu desfecho trágico.

ESTATÍSTICAS
De acordo com dados oficiais, o Brasil encerrou o ano de 2024 com 1.450 casos de feminicídio registrados em todo o território nacional. A morte de Andreia se soma a um cenário que assusta. Somente em Mato Grosso, 47 mulheres perderam a vida por motivação passional, a maioria assassinada dentro de casa. Quarenta e uma dessas vítimas eram mães, deixando ao menos 89 crianças órfãs. O panorama não melhorou em 2025. Entre janeiro e junho de 2025, o estado já registrou 26 novos feminicídios — uma média de mais de um caso por semana —, demonstrando que a tragédia de Andreia não é isolada, mas parte de um ciclo de violência que ainda persiste apesar das leis e das campanhas de conscientização ao combate ao feminicídio.






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