Da Redação
Na manhã desta quarta-feira 30/07, em Cuiabá, Várzea Grande e Marília (SP), a Polícia Civil de Mato Grosso, com apoio do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), deflagrou a Operação Sepulcro Caiado — visando desarticular um sofisticado esquema de fraudes judiciais que teria desviado mais de R$ 21 milhões dos cofres públicos. Alvos principais incluem advogados, empresários e servidores públicos envolvidos na manipulação de processos, com 160 ordens judiciais cumpridas, entre prisões, buscas, bloqueios e apreensão de bens.
Durante a ação, foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 22 de busca e apreensão, 16 ordens de bloqueio judicial que totalizaram R$ 21,7 milhões bloqueados, além de 46 quebras de sigilo fiscal e bancário, sequestro de 18 veículos e 48 imóveis. As medidas foram executadas em endereços ligados aos investigados nas cidades-alvo.
A investigação, conduzida pela Delegacia Especializada de Estelionato de Cuiabá, identificou uma quadrilha que ajuizava ações de cobrança, simulava quitações de dívidas por meio de comprovantes falsificados e executava depósitos simulados — sem o conhecimento das partes rés — para liberar alvarás judiciais fraudulentos.

Um dos servidores do TJMT envolvido acessava o sistema interno para transferir os valores fictícios da conta única para contas vinculadas aos processos, permitindo o saque indevido dos recursos.
O esquema foi operacionalizado em cerca de 17 processos protocolados entre 2018 e 2022, sendo que as fraudes cessaram após o TJMT alterar o método de transferência de valores em 2023.
Entre as vítimas estão empresários e pessoas físicas surpreendidas por dívidas “quitadas” de até R$ 1,8 milhão, embora os empréstimos originais nunca tenham ultrapassado R$ 100 mil; em um caso, até uma pessoa interditada judicialmente foi usada pelo grupo como vítima fictícia.

Os investigados responderão por crimes como organização criminosa, estelionato, falsificação de documento, falsidade ideológica, peculato, patrocínio infiel e lavagem de dinheiro. A OAB‑MT acompanha a operação e solicitará apuração junto ao Tribunal de Ética, enquanto o TJMT instaurará procedimentos internos disciplinares.
A operação resultou na apreensão de bens de luxo — como dólares, euros, joias e veículos de alto padrão — encontrados em residências e escritórios ligados aos suspeitos, revelando o impacto econômico e a ostentação decorrentes dos valores desviados.

Segundo dados oficiais da Polícia Civil divulgados em 30 de julho de 2025, o prejuízo deve ultrapassar R$ 21 milhões, com 160 ordens judiciais cumpridas, incluindo 11 prisões preventivas, 22 buscas, 16 bloqueios financeiros, sequestro de 18 veículos e 48 imóveis. Este volume de ações ilegais reforça a gravidade do tema central: fraudes estruturadas dentro do sistema de justiça estadual, exigindo maior transparência institucional e controle preventivo.
