Um homem foi condenado a 70 anos, oito meses e 17 dias de prisão em regime fechado pelo crime de estupro de vulnerável, após abusar sexualmente da própria filha adolescente por cerca de três anos consecutivos, em Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá. A condenação foi proferida na última sexta-feira (20), pela Comarca de Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, após o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) fazer uma denúncia contra o pai da vítima.
De acordo com a denúncia, os abusos começaram em 2019, quando a vítima tinha 12 anos, assim que a mãe dela morreu. Em juízo, a adolescente disse que a violência sexual começou quando ela “virou mocinha”.
Durante o depoimento, a vítima disse ainda que ela e o pai moravam sozinhos em Lucas do Rio Verde, e que inclusive dividiam a mesma cama. Segundo ela, os abusos eram recorrentes e tiveram início com o pai passando a mão pelo corpo dela.
À Justiça, a adolescente informou que o pai tentava manipulá-la emocionalmente, dizendo que eles eram família e que a relação deles era normal. Para justificar a violência sexual e evitar que a vítima fugisse, o pai também falava que ela ficaria sozinha no mundo, já que a adolescente não tinha mais ninguém. Ele a levava constantemente à igreja, utilizando a fé e os ensinamentos sobre Deus e a importância da família para continuar com o estupro.
Na denúncia feita pelo promotor José Jonas Sguarezi Junior, o Ministério Público alegou que o pai estava consciente nas vezes que estuprou a vítima, que não podia se defender. Além disso, o documento apontou que o denunciado obrigava a vítima a tomar remédios fortes para que ele a violentasse enquanto ela estivesse dormindo.
De acordo com a adolescente, o pai batia e arrancava tufos do cabelo dela quando eles discutiam e, por isso, ela faltava muito à escola. Segundo o MP, o crime foi denunciado pela ex-madrasta da vítima, que soube que a adolescente era violentada por meio de uma troca de mensagens.(G1)