O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), citou a gravidade do déficit fiscal brasileiro como um dos principais desafios do país.
Mendes chamou a atenção para o impacto dessa questão no desenvolvimento do Brasil e comparou a situação atual a uma “morte anunciada”, caso medidas estruturais não sejam tomadas.
Segundo o governador, o déficit fiscal do Brasil é um reflexo de uma administração pública ineficiente e de uma gestão financeira insustentável.
“O tamanho da nossa dívida pública é alarmante. Na Previdência, tivemos no ano passado um déficit de R$ 342 bilhões. O Brasil está envelhecendo, e a quantidade de pessoas aposentadas só vai aumentar. Vamos esperar quebrar?”, questionou Mendes.
A declaração foi feita na terça-feira (10), durante o Fórum Exame, em São Paulo.
Ele traçou um paralelo com a crise econômica da Argentina, ressaltando que a situação daquele país foi amplamente prevista, mas medidas preventivas não foram adotadas.
“Na década de 80, a Argentina era considerada a ‘Europa da América do Sul’. Na década de 90, já era dito que iria quebrar. E o que aconteceu? Em 2001, quebrou. Era óbvio, previsível”, afirmou.
Mendes apontou que o déficit fiscal não é apenas uma questão de números, mas um reflexo de falhas na estrutura administrativa.
Ele comparou o governo brasileiro a uma empresa em crise: “Quem é essa empresa que está há 10 anos dando déficit primário, superendividada, e com administração pública extremamente ineficiente? Essa empresa tem nome”.
O governador também alertou para o efeito cascata que um colapso fiscal poderia causar na economia e sociedade brasileiras. Ele destacou que, embora a iniciativa privada no Brasil seja eficiente, o setor público é a espinha dorsal que sustenta o sistema.
“O grande navio que estamos dentro chama-se governo. Se ele tiver um problema gigante, contamina todo mundo e arrasta todos para baixo”, disse.
Agenda 2026
Para Mendes, a solução para a crise fiscal exige um debate político focado em questões estruturais e não apenas em ideologias ou eleições.
Ele criticou o atual foco antecipado na eleição de 2026, afirmando que é necessário priorizar discussões sobre como resolver o problema do déficit fiscal e reestruturar o sistema previdenciário, antes que seja tarde demais.
“A gente vive muito uma agenda eleitoral, o Brasil não aguenta isso. Acaba uma eleição, e agora nós já estamos falando em outra, de Senado, governador e presidente. A agenda política é muito intensa, e a agenda de país fica em terceiro ou quarto plano”.(Mídia News)