Eraldo de Freitas
Da Redação
A Operação Púlpito Silenciado, conduzida pela Divisão de Homicídios de Tangará da Serra, resultou na prisão preventiva de pai e filho nesta semana. Ambos são investigados pelo homicídio do pastor e líder comunitário Severino Amaro de Lima, de 70 anos, ocorrido no início de dezembro. O crime, que aconteceu no conjunto de quitinetes de propriedade da vítima, já havia levado à detenção de outro membro da família durante a primeira fase da operação.
Severino Amaro era conhecido por sua atuação junto à comunidade local. A investigação revelou que o crime foi desencadeado por um conflito envolvendo um de seus inquilinos, um mecânico, que devia um serviço a membros de uma facção criminosa. No dia do assassinato, os suspeitos foram à residência da vítima cobrar o pagamento e tentaram confiscar o documento de um veículo como garantia. Após uma discussão, a situação escalou para uma luta corporal, culminando na morte do pastor, atingido por golpes de arma cortante.
O delegado Igor Sasaki destacou que a versão dos suspeitos, que alegaram legítima defesa, não corresponde ao que foi apurado pela polícia. “Eles estavam em maior número, e a ação foi claramente premeditada”, afirmou Sasaki. Todos os três acusados foram indiciados por homicídio qualificado, devido ao motivo torpe e à impossibilidade de defesa da vítima.
A Operação Púlpito Silenciado reflete o esforço das autoridades em conter a escalada de crimes violentos em Tangará da Serra e outras regiões do estado. Estatísticas recentes apontam que 37% dos homicídios registrados em Mato Grosso em 2024 tiveram relação com disputas envolvendo facções criminosas. Esse dado reforça a preocupação com a influência dessas organizações em conflitos aparentemente locais.
A Delegacia de Tangará da Serra segue com as investigações, reunindo provas e depoimentos que subsidiarão a denúncia formal contra os acusados. Enquanto isso, a comunidade lamenta a perda de uma figura que, em vida, representava um símbolo de liderança e fé para muitos.