Investigações da Polícia Civil identificaram que o vereador por Várzea Grande Pablo Pereira (União) usava de seu “prestígio político” para nomear “afilhados” para continuar mantendo o esquema no Departamento de Água e Esgoto (DAE).
O esquema foi revelado na última sexta-feira (20) e 11 servidores, entre eles Pablo Pereira, foram presos na Operação Gota d’Água. Ele, contudo, se encontra em liberdade desde a segunda (23), quando conseguiu decisão favorável na Justiça.
Conforme a polícia, os servidores cobravam para realizar serviços que eram responsabilidade do DAE oferecer aos cidadãos de Várzea Grande.
Uma auditoria revelou, ainda, que os valores devidos por usuários dos serviços de saneamento eram reduzidos indevidamente ou até mesmo excluídos do sistema, mediante recebimento de dinheiro.
O bando causou um prejuízo de R$ 11,3 milhões aos cofres públicos.
Na decisão que determinou a prisão dos 11 servidores, Pablo e o então diretor comercial Alessandro Macaúbas Leite de Campos foram considerados líderes do esquema.
“Alessandro Macaúbas Leite de Campos faz da estrutura pública um balcão de negócios, em que é possível mercanciar facilidades em razão da má prestação do serviço público. Com isso, é factível negociar ilicitamente a viabilidade de possibilidade de água e esgoto, assim como é factível negociar ilicitamente a quitação de débitos das unidades consumidoras, dos mais variados valores, com a percepção de vantagem indevida pelos servidores”, diz trecho a decisão.
“Não bastasse isso, há casos com atuação direta do investigado para a perpetuação do esquema criminoso, exercendo pressão junto com seu padrinho político, o vereador Pablo Pereira, com o fim de fazer valer os interesses espúrios do grupo criminoso”.
Soltura
Na segunda-feira (23), o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Gilberto Giraldelli, determinou a soltura do vereador Pablo Pereira (União).(Repórter MT)