A Justiça Federal iniciou, na última semana, a retomada dos alguns lotes do Assentamento Itanhangá, na região de Lucas do Rio Verde (a 350 km de Cuiabá) e a medida está causando insegurança às famílias que moram no local.
O projeto de assentamento, que é um dos maiores do país, foi criado em 1995 e abrange uma área de 115.035 hectares, destinada a 1.149 famílias entre os municípios de Itanhangá e Tapurah.
Conforme o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Beber, essa insegurança é porque os produtores ainda não ganharam os títulos de suas propriedades, mesmo após décadas morando no local.
“O Incra, em uma ação irresponsável, diante de uma liminar, não é uma decisão transitado e julgado, onde questionaram seis lotes lá naquele assentamento […] Com uma liminar, o Incra pediu a reintegração de posse”, disse Beber nesta segunda-feira (5).
“Gerou uma instabilidade social muito grande por parte de todas aquelas pessoas que produzem lá, que residem com suas famílias e que promovem a função social daquele lugar”, completou.
A concessão do efeito suspensivo das terras, segundo a Justiça Federal, é devido à existência de múltiplos processos relacionados ao mesmo projeto de assentamento.
“O que nos assustou foi o sorteio dos lotes, a reintegração de posse de seis lotes e já haviam dado 15 concessões em cima deles”, concluiu Beber, que destacou que vem pedindo auxílio de deputados e até mesmo do governasor Mauro Mendes para resolver essa celeuma.
Há denúncias de irregularidades e crimes ambientais, identificados em operações policiais como a “Terra Prometida”, em 2014, e a “Theatrum”, em 2016.(Repórter MT)